PSOL quer convocar ministro da Defesa por intimidação à CPI da Covid

O partido pede que Braga Netto dê explicações sobre a nota intimidatória aos membros da CPI da Covid-19

8 jul 2021, 18:16 Tempo de leitura: 1 minuto, 38 segundos
PSOL quer convocar ministro da Defesa por intimidação à CPI da Covid

A bancada do PSOL protocolou, na tarde de hoje (8/7), requerimento de convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, devido a nota intimidatória aos membros da CPI da Covid-19. O PSOL quer que o ministro de explicações sobre o tom ameaçador no plenário da Câmara.

“Não podemos deixar parecer que é natural que um ministro produza mensagem intimidatória e autoritária ao exercício de um dos poderes da República”, disse a deputada Sâmia Bomfim. “Situações deploráveis como a protagonizada pelo ministro de Bolsonaro só aconteceram nos tenebrosos tempos da ditadura militar”, disparou a parlamentar do PSOL/SP.

“É inaceitável o tom intimidador e ameaçador da nota do Ministério da Defesa, que tenta constranger os trabalhos da CPI da Covid-19 e seus membros. Trata-se de mais uma ameaça à democracia, algo constante no governo Bolsonaro. O envolvimento de militares ou de qualquer outra pessoa nas graves irregularidades do esquema de compra de vacinas deve ser investigado a fundo”, afirma a líder da bancada, Talíria Petrone.

A nota, referendada pelos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica, foi publicada após as declarações do presidente da CPI, senador Omar Aziz, do envolvimento de militares nas suspeitas negociações de vacinas do Ministério da Saúde.

No requerimento, o PSOL ressalta que a presença de militares em cargos civis mais que dobrou no governo Bolsonaro. Levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que, em 2018, havia 2.765 militares em cargos civis no Executivo federal. Já em 2020, o total chegou a 6.157 no mês de julho, um aumento de 122%.

“Lamentavelmente, no Brasil, passa dia, passa mês, passam anos e lá vêm de novo as Forças Armadas ameaçando as instituições democráticas. Sequestraram o leiteiro, para que nunca saibamos que, quando alguém bate na porta, é ele mesmo – o leiteiro – ou algum pretendente a ditador”, destaca o documento.