Assédio no transporte: 97% das mulheres já foram vítimas

Números indignantes de uma epidemia que se espalhou pelas grandes cidades do Brasil.

18 jun 2019, 18:30 Tempo de leitura: 1 minuto, 27 segundos
Assédio no transporte: 97% das mulheres já foram vítimas

Quase todas as mulheres já sofreram assédio no transporte público e privado do Brasil. É o que mostra uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva e pelo Instituto Patrícia Galvão. Segundo o levantamento, 97% das mulheres com mais de 18 anos já foram vítimas de situações como olhares insistentes (41%) no transporte coletivo, (10%) no transporte por aplicativo e (11%) no táxi, cantadas indesejadas (33%) no coletivo e (9%) nos aplicativos e táxis. Além disso, 71% das entrevistadas conhecem alguma mulher que já sofreu assédio em espaço público.

Os dados, infelizmente, comprovam o que denunciamos há tempos: não há lugar seguro para as mulheres no Brasil. E essa realidade impacta diretamente em todas as esferas das vida de uma mulher, porque elas precisam pensar, duas ou mais vezes, quais caminhos fazer para ir ao trabalho ou à faculdade, por exemplo, se vale a pena, aceitar ou não um emprego que a obrigue a pegar muitos transportes públicos. Ainda de acordo com a pesquisa, para 72% das mulheres, o tempo para chegar ao trabalho influencia na decisão de aceitar ou ficar em um emprego.

Se esse dado já é alarmante, imaginem a situação das mulheres que não têm escolha? As estratégias que elas são obrigadas a traçar para tentar, minimamente, se proteger de ataques misóginos, machistas e criminosos.

Em seu mandato de vereadora da cidade de SP, Sâmia Bomfim protocolou o Projeto de Lei (PL 798/2017) que cria o Programa de Combate ao Assédio Sexual no Transporte Coletivo do município de São Paulo. É fundamental criar campanhas educativas e estimular que mais mulheres denunciem atos criminosos. Não dá para aceitar um país que não respeita as mulheres.