Sâmia pede explicações ao Hospital Pérola Byington sobre distribuição de bíblias para mulheres que sofreram violência sexual

Deputada do PSOL/SP foi informada pelas redes sociais que o assédio religioso aconteceu na fila do ultrassom

18 ago 2021, 17:40 Tempo de leitura: 1 minuto, 51 segundos
Sâmia pede explicações ao Hospital Pérola Byington sobre distribuição de bíblias para mulheres que sofreram violência sexual

Nesta quarta-feira (18), a deputada federal Sâmia Bomfim recebeu uma denúncia, por meio das redes sociais, de que funcionárias do Hospital Pérola Byington, uniformizadas, estavam distribuindo exemplares da bíblia, juntamente com um absorvente, para as mulheres vítimas de violência sexual que estavam na fila do ultrassom.

De posse da denúncia, a parlamentar protocolou um ofício ao hospital para que seja esclarecido se os fatos narrados têm procedência.

O Hospital Pérola Byington, localizado em São Paulo, é o principal centro de atendimento a mulheres vítimas de violência sexual no Brasil, atendendo mulheres vítimas de estupro e demais casos abarcados pelo serviço de abortamento legal. Em razão disso, é frequente o assédio de grupos religiosos contrários ao aborto contra pacientes e funcionários do hospital, como foi o caso das vigílias de orações realizadas ao longo de outubro e novembro de 2019 com o intuito expresso de persuadir as mulheres que buscavam o serviço, o que gerou conflitos e até casos de violência física

“Referida ação fundamentalista, motivou o nosso mandato, à época, a encaminhar, em conjunto com
a deputada estadual Mônica Seixas, uma denúncia ao Ministério Público de São Paulo para
investigar a ação destes grupos”, disse Sâmia.

Nesta esteira, dada a ocorrência de uma situação semelhante em um hospital público de Recife-PE, em que grupos religiosos atuaram contra a realização de um procedimento de aborto legal em uma menina de 10 anos vítima de estupro, apresentamos o Projeto de Lei 4297/2020, que estabelece uma zona de proteção no entorno de estabelecimentos de saúde que prestam o serviço de interrupção de gravidez nos casos previstos na legislação, proibindo ações e abordagens que tenham por objetivo ofender,
constranger ou dissuadir estas mulheres a acessarem os serviços; causar-lhes dano emocional ou mesmo ofender ou constranger os profissionais que ali trabalham.

Para Sâmia, se os fatos narrados na denúncia que chegou até ela forem verdadeiros o hospital terá obrigação de informar sobre as medidas tomadas pela administração do hospital frente a esta grave ocorrência.