Sâmia apresenta projeto para homenagear vítimas de violência de Estado nas periferias

Dia 1º dezembro, data do massacre de Paraisópolis, será instituído como Dia da Memória, Verdade e Justiça para a Juventude e Familiares vítimas de violência de Estado praticada por agentes públicos nas periferias

1 dez 2021, 18:43 Tempo de leitura: 2 minutos, 54 segundos
Sâmia apresenta projeto para homenagear vítimas de violência de Estado nas periferias

Na madrugada do dia 1º de dezembro de 2019, alguns jovens estavam reunidos no Baile da DZ7, realizado na esquina da Rua Ernest Renan com a Rua Rodolf Lutze, quando a Polícia Militar entrou no evento em uma verdadeira perseguição policial que resultou na morte de 09 (nove) jovens e dezenas de feridos.  O ocorrido foi caracterizado como “massacre” pelo Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e Cidadania do Governo do Estado de São Paulo.

Em memória às vítimas do massacre de Paraisópolis e seus familiares, a deputada federal Sâmia Bomfim propôs o projeto de lei nº 4243, que busca instituir o dia 1º de dezembro como o Dia da Memória, Verdade e Justiça para a Juventude e Familiares vítimas de violência de Estado praticada por agentes públicos nas periferias. Exatamente dois anos após a tragédia.

“Esta está longe de ser uma realidade isolada. A violência do Estado contra a juventude ocupa o cotidiano das periferias brasileiras, resultando na morte de milhares de jovens todos os anos”, destaca Sâmia.

De acordo com moradores e frequentadores do baile, policiais teriam cercado as saídas das ruas e encurralado as vítimas em um beco. Em vídeos gravados após a dispersão do baile, policiais dão socos, tapas e pontapés em jovens já dominados. Consta nos atestados de óbito aos quais a impressa teve acesso que dentre as causas de morte foram identificadas “asfixia mecânica por sufocação indireta” e “trauma raquimedular por agente contundente”.

Sâmia diz que é preciso fazer jus a memória e a vida dessas vítimas de violência do Estado e foi neste sentido que apresentou o PL. “No rastro de dor gerado dor estas violações, famílias inteiras inserem-se em ciclos continuados de violência, em uma busca incessante por verdade, reconhecimento, amparo e justiça”.

Foram vítimas fatais do Massacre de Paraisópolis, todos jovens e residentes na periferia da Capital e Grande São Paulo: Denys  Henrique Quirino  da  Silva, 16  anos, morador do distrito  de  Pirituba;  Dennys  Guilherme  dos Santos  Franco,  16  anos,  morador  do  bairro  de  Vila  Matilde;  Bruno  Gabriel  dos  Santos, 22  anos,  morador  de  Mogi  das  Cruzes/SP;  Eduardo  da  Silva,  21  anos,  morador  de Carapicuíba/SP;  Gabriel  Rogério  de  Moraes,  20  anos,  morador  de  Mogi  das  Cruzes/SP; Gustavo  Cruz  Xavier,  14  anos,  morador  do  distrito  de  Capão  Redondo;  Luara  Victoria de  Oliveira,  18  anos,  moradora  do  bairro  de  Interlagos;  Marcos  Paulo  Oliveira  dos Santos,  16  anos,  morador  do  distrito  de  Jaraguá;  e  Mateus  dos  Santos  Costa,  23  anos, morador de  Carapicuíba/SP.

Ação da Polícia Militar

O inquérito da Corregedoria da Polícia Militar sobre o caso Paraisópolis concluiu que a morte dos nove jovens durante um baile funk em dezembro aconteceu em virtude da ação da PM naquele local.