Em Parelheiros, Sâmia visita famílias que vivem nas ocupações Carlos Marighella I e II

Uma semana após a deputada prestar apoio à Frente Nacional de Luta Campo e Cidade, líderes do movimento são presos por retaliação contra a jornada do "Carnaval Vermelho".

5 mar 2023, 19:46 Tempo de leitura: 2 minutos, 44 segundos
Em Parelheiros, Sâmia visita famílias que vivem nas ocupações Carlos Marighella I e II

Fonte: Levi Munhoz/ASCOM-Sâmia

No último domingo (26), a deputada Sâmia Bomfim (PSOL) foi a Parelheiros, na periferia da Zona Sul de São Paulo, para visitar os moradores dos acampamentos Carlos Marighella I e Carlos Marighella II. Lideradas pela Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), centenas de famílias sem terra e sem teto deram início, em meados de janeiro, à ocupação da área que estava ociosa há mais de uma década.

“É fundamental que a gente apoie iniciativas como essa, de luta por moradia, que é algo que está garantido na Constituição mas que, infelizmente, não chega para grande parte do povo. Um movimento justo, legítimo e necessário para ter justiça social no nosso país. Só através da luta que se conquista esse direito”, disse a deputada.

Só no Carlos Marighella I, estima-se que aproximadamente 800 famílias estejam abrigadas. “Atendemos muita gente, crianças, idosas, pessoas com deficiência e várias limitações”, explicou Aline, uma das coordenadoras da FNL que vive no local. “Sofremos muitas opressões. Somos mulheres, somos negras e somos mães solo. Somos pessoas que já viveram por muito tempo na zona extrema de pobreza”.

A líder comunitária contou ainda que, além da habitação, os moradores dos acampamentos lutam por sobrevivência e a solidariedade é essencial neste momento: “Pedimos a ajuda de vocês com doações de alimentos, roupas ou que o coração de cada um tocar”. Para quem quiser contribuir, é possível enviar qualquer quantia via Pix, pelo e-mail doacaofnlsp@gmail.com.

Sâmia em visita à ocupação da FNL: “Movimento justo, legítimo e necessário”


LIBERDADE PARA ZÉ RAINHA

Uma semana após a ida de Sâmia às ocupações Carlos Marighella I e II, a Polícia Civil executou a prisão do coordenador nacional da FNL, José Rainha Júnior. Ele e outro líder da Frente, Luciano de Lima, foram levados neste sábado (04) para a cadeia de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo.

A polícia alega que os dois dirigentes cometeram extorsão e o secretário da Segurança Pública do Estado, Guilherme Derrite, chegou a celebrar as prisões publicamente. Para a FNL e todos que conhecem de perto a luta da entidade, não restam dúvidas: trata-se de uma retaliação política.

“Essa prisão de cunho político tem nítida relação com a jornada de ocupações do Carnaval Vermelho, sendo um ato de retaliação aos lutadores do povo sem terra. A FNL ganhou força nos últimos anos ao realizar jornadas de luta no carnaval. Não tardou e veio a retaliação ao líder José Rainha, que desde 1977 não faz outra coisa a não ser lutar por terra para e com os mais pobres”, disse a FNL em comunicado.

A deputada fez coro com o manifesto: “Poucos dias após o Carnaval Vermelho, quando a FNL ocupou terras no Oeste Paulista, o líder do movimento foi preso de forma arbitrária. O secretário de segurança pública de SP, para piorar, comemorou sua prisão, comprovando o caráter político”. O mandato está acompanhando o desenrolar do caso.