Parlamentares do PSOL-SP e convidades debatem situação das políticas para LGBTQIA+ no Brasil pós-Bolsonaro

Plenária virtual “Arco-íris após a tempestade” reuniu ativistas de várias partes do país às vésperas da 27ª Parada do Orgulho LGBT+ de São Paulo.

8 jun 2023, 22:57 Tempo de leitura: 2 minutos, 8 segundos
Parlamentares do PSOL-SP e convidades debatem situação das políticas para LGBTQIA+ no Brasil pós-Bolsonaro

Um levantamento realizado por pesquisadores da USP e da Unesp, publicado em 2022 pela revista Nature Scientific Reports, aponta que quase 20 milhões de pessoas se autodeclaram LGBTQIA+ no Brasil . Apesar da visibilidade conquistada nos últimos anos, essa população ainda enfrenta a falta de políticas públicas que, de fato, garantam uma cidadania plena com direito ao respeito, dignidade e viver em segurança. Essa realidade se tornou ainda mais grave durante os anos de Bolsonaro na presidência, tanto pela total omissão do Estado no tema como com a institucionalização do ódio, dos ataques e do incentivo à violência. Com a vitória de Lula, as LGBTQIA+ puderam respirar aliviadas, mas é preciso ir além.

Foi com o objetivo de discutir este cenário que a deputada federal Sâmia Bomfim convidou as co-deputadas estaduais do Movimentos Pretas, Monica Seixas e Letícia Chagas, a vereadora Luana Alves e pesquisadora transfeminista Helena Vieira para uma plenária virtual no último domingo (4), uma semana antes da 27ª Parada do Orgulho LGBT+. “Arco-íris após a tempestade: políticas LGBTQIA+ sem o fascismo no poder” foi o mote da atividade que reuniu mais de 60 participantes, a maioria de São Paulo, mas também de outras regiões do país. Em grande parte, o debate evidenciou que a representatividade sem o devido aprofundamento da pauta não é mais suficiente.

Além de ocupar espaços, é necessário que a comunidade se mantenha ativamente mobilizada para ter o protagonismo de suas próprias construções, além de garantir políticas públicas que sejam reais e efetivas. O fortalecimento dessa mobilização demanda ainda uma visão com mais interseccionalidade por parte do ativismo social, de forma que a pauta LGBTQIA+ se vincule também às lutas antirracista e feminista, às questões de moradia, acesso à saúde, trabalho e educação.

Militância na rua

O mandato de Sâmia Bomfim, inclusive, marca presença nesta semana do Orgulho LGBTQIA+ em São Paulo, com destaque para a 6ª Marcha do Orgulho Trans, na sexta (9); a 20ª Caminhada de Mulheres Lésbicas e Bissexuais, no sábado (10); e a grande Parada no domingo (11).

Apesar do foco estar voltado para a agenda em torno da manifestação que toma conta da Avenida Paulista, a plenária abordou a politização das paradas realizadas em outros lugares, como as que ocorrem nas periferias, Regiões Metropolitanas e no interior dos estados, locais em que a carência de direitos e a discriminação costumam ser mais latentes.