Incentivo à amamentação em ambiente escolar é tema de audiência pública na Comissão da Mulher

Coordenado por Sâmia, debate expôs o sofrimento das mães diante da carência de políticas públicas que garantam o aleitamento no período recomendado pela OMS

26 ago 2023, 14:21 Tempo de leitura: 2 minutos, 11 segundos
Incentivo à amamentação em ambiente escolar é tema de audiência pública na Comissão da Mulher

Fonte: Leandro Rodrigues/ASCOM-Sâmia Bomfim

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher (CMULHER) debateu, na última quarta (23), a criação de políticas públicas de incentivo à amamentação em ambiente escolar. A audiência pública foi coordenada pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), autora do requerimento. Ela aponta que é comum as mulheres, especialmente trabalhadoras informais, não conseguirem usufruir da licença-maternidade remunerada, comprometendo que a alimentação do filho nos primeiros meses de vida seja feita exclusivamente via leite materno.

“Existem inúmeras dificuldades para as mulheres garantirem o aleitamento. Muitas vezes, há um julgamento e uma cobrança individualizados sobre a mãe, não pesando essa carga na responsabilidade do Estado, da família e da rede de apoio. Pensar essa temática dentro da escola é pensar a possibilidade de se concretizar a amamentação, ao menos, no tempo previsto pela Organização Mundial da Saúde”, defendeu a deputada.

Uma das participantes foi Chica Sanmartin, presidenta da organização Leite Materno na Escola (LeME). Ela chamou atenção para o desgaste emocional que as mães enfrentam no momento em que os filhos vão para a creche: “O senso comum rapidamente associa que o bebê precisa ser desmamado, então, a creche é o lugar da mamadeira, da fórmula, não tem nenhuma relação com a amamentação. No entanto, para a mãe de um bebê de sete meses que precisa voltar ao trabalho, isso gera muito sofrimento”.

A enfermeira idealizadora do projeto Amamenta Petrópolis, Patrícia Santos, falou sobre a experiência bem sucedida na Região Serrana do Rio de Janeiro, integrando as secretarias municipais de Saúde e de Educação. “Nosso programa vem fortalecendo a prática por meio da permissão para o uso de leite humano ordenhado e também da amamentação presencial nas creches públicas. No início, capacitamos todos os profissionais das escolas para o recebimento, armazenamento e oferta do leite ordenhado de forma segura, de acordo com as normas sanitárias vigente no país”, explicou.

Já a nutricionista Katia Romanelli, da Coordenadoria de Alimentação Escolar da cidade de São Paulo, ressaltou a necessidade de políticas sólidas para garantir às mães o direito da amamentação: “Essas iniciativas são importantes, mas a gente precisa de uma implementação enquanto política pública. Então, realmente, acho que a gente está aqui tendo a oportunidade de dar início a algo que precisamos conquistar”.

Assista a audiência pública na íntegra: