MST faz 40 anos e reafirma compromisso com a luta pela reforma agrária no combate à fome

Sâmia e outras autoridades foram a Guararema (SP) prestigiar o ato que reuniu centenas de camponeses para celebrar a data

29 jan 2024, 20:36 Tempo de leitura: 2 minutos, 40 segundos
MST faz 40 anos e reafirma compromisso com a luta pela reforma agrária no combate à fome

Fonte: Paulo Pinto/Agência Brasil

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) completou 40 anos em 22 de janeiro. Para celebrar, no último sábado (27), um ato político foi realizado na Escola Nacional Florestan Fernandes, espaço de formação política mantido pela organização em Guararema, no interior de São Paulo. Durante a atividade, foi divulgada uma carta de compromisso para reafirmar a importância das ocupações no campo para reivindicar pela reforma agrária. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) foi uma das autoridades que prestigiaram o encontro.

Cerca de 800 militantes de 24 estados participaram do ato, além de parlamentares, ministros e apoiadores até de fora do país. A mística da abertura trouxe o som provocativo de colheres batendo em pratos vazios e a afirmação entoada em coro: “Tem gente com fome. A fome é uma invenção dos que comem. Se tem fome, dá de comer”. Os mesmos pratos formaram a expressão “reforma agrária”, luta central do MST desde sua origem e ainda urgente nos dias atuais.

Para reforçar objetivos históricos e apontar desafios do futuro, as lideranças do MST apresentaram a Carta Compromisso do MST com a Luta e o Povo Brasileiro. “Reafirmamos o compromisso que assumimos há quarenta anos atrás: lutaremos até que os males do latifúndio sejam extintos de nossa sociedade e, com eles, toda opressão, miséria, destruição ambiental e fome,” destaca o documento.

Em outro trecho, a carta relembra: “Nestas quatro décadas, enfrentamos inúmeras tentativas de criminalização da luta social. Nenhuma organização sofreu tantas ameaças de Comissões Parlamentares de Inquérito [CPIs] pelas forças conservadoras”. Uma dessas referências foi à CPI do MST que ocorreu ao longo de 2023, proposta pela bancada ruralista com apoio da extrema-direita que, por sua vez, apropriou-se do colegiado para usá-lo como palanque do que há de pior na ideologia conservadora: misoginia, racismo, ódio de classe, violência e muita fake news.

A deputada Sâmia Bomfim – que foi representante do PSOL na CPI, protagonizando duros embates com bolsonaristas e denunciando os crimes do relator Ricardo Salles (PL) – participou do ato e ressaltou que o MST já fez muito pelo Brasil: “Hoje, ele se consolida como um grande movimento que produz alimentos saudáveis, que estimula a agroecologia mas, sobretudo, que aposta na luta das trabalhadoras e dos trabalhadores, na união do campo com a cidade, para avançarmos na reforma agrária com justiça social”.

“O MST sempre esteve presente nos principais momentos de luta e resistência do povo brasileiro. Sem dúvida, nos próximos 40 anos, ainda vai ter muito a ensinar e a encantar as novas gerações”, completou a parlamentar, que já confirmou sua participação no 7º Congresso Nacional, em julho. “Mais 20 mil militantes vão se reunir para pensar quais são os próximos passos deste que é o maior movimento social da América Latina. O Congresso será fundamental para reivindicarmos por mais verba aos assentamentos, para estruturar a política de reforma agrária e garantir, de fato, alimento saudável na mesa dos brasileiros e das brasileiras”.

Rebeca Meyer/ASCOM-Sâmia Bomfim