Por que os governos não investem em prevenção de enchentes?
No Rio, o número de vítimas chegou a dez. Em São Paulo, no mês passado, 13 cidadãos morreram por causa das chuvas e da negligência do governo Doria.
10 abr 2019, 19:18 Tempo de leitura: 1 minuto, 26 segundosO Rio de Janeiro segue em estado de crise. Subiu para 10 o número de mortos em decorrência das fortes chuvas que atingiram o município no começo desta semana. Na verdade, é até incorreto afirmar que tais mortes aconteceram por causa das tempestades. O que há, não só no Rio de Janeiro, é um absurdo descaso da prefeitura, que não investe em urbanização.
Não dá para considerar que essas fortes chuvas são apenas “uma fatalidade”, pois não é. Todo ano, tragédias como essas se repetem, pessoas perdem suas casas, seus entes queridos, morrem. E isso acontece sempre nas mesmas regiões, que sofrem com falta de estrutura e planejamento.
O Governo de São Paulo também segue a mesma lógica do descaso e tem a cara de pau de afirmar que os temporais são imprevisíveis. Faz exatamente um mês que 13 pessoas morreram na Grande São Paulo pelo mesmo motivo. À época, João Doria pediu para a população não sair de casa. E quem mora numa casa que alaga faz o quê?
Culpar só as chuvas pelas enchentes é uma desonestidade, para dizer o mínimo. A raiz do problema, na maioria das cidades, é a falta de planejamento urbano e a pouca articulação entre estado, prefeitura e governo federal. É preciso mapear áreas de risco, garantir que os cidadãos não residam em regiões consideradas perigosas, do ponto de vista estrutural, e investir em urbanização.
Já passou da hora de Doria, Covas, Crivella pararem de culpar a natureza e aplicarem o dinheiro público para que as pessoas vivam com dignidade e não morram em decorrência da negligência do Estado.