Greve de motoristas da Uber denuncia a precarização do trabalho no Brasil
Profissionais fizeram paralisação para exigir reajuste nas taxas e mais segurança.
9 maio 2019, 12:21 Tempo de leitura: 1 minuto, 45 segundosMotoristas da Uber e de outros aplicativos, como a 99 Táxi, entraram em greve nesta quarta-feira, 08. Os profissionais aderiram à greve mundial e vão parar durante 24 horas. Eles estão exigindo mais segurança, locais regulamentados para estacionar e reajuste no valor das taxas. A situação dos motoristas de Uber é uma triste fotografia da precariedade nas relações de trabalho no Brasil. Gente da laia de Bolsonaro acha que as empresas podem fazer o que quiser com os profissionais, ou seja, demandar que eles trabalharem por horas sem descanso e que assumam os gastos e os riscos da atividade profissional.
Ser uber no Brasil não é ser empreendedor, e o profissionais que aderiram a greve sabem disso. Muita gente começou a trabalhar com isso para tentar sobreviver, mas as condições de trabalho são péssimas. Os motoristas precisam dirigir por horas para poder ter uma renda digna no fim do mês. Mais do que isso: eles arcam com os custos da gasolina, da manutenção, dos estacionamentos, da alimentação e de uma assistência médica.
A Uber – assim como todos esses aplicativos de corrida ou de entrega de comida – também decidem quanto o profissional vai ganhar. Portanto, motoristas e motoboys estão submetidos às regras de uma empresa que não se responsabiliza por nada.
Há um termo muito utilizado nas pesquisas acadêmicas – aquelas que o Bolsonaro repudia – que é: uberização do trabalho. De um forma muito simplificada, a uberização é união de inovações tecnológicas à precarização do trabalho e à eliminação dos diretos e da proteção trabalhista com o aval do Estado.
O termo, no entanto, não se refere só à empresa Uber (apesar de ela condensar todas essas precarizações), mas à situação em que os trabalhadores estão submetidos. Com o desemprego na casa dos 13%, os brasileiros estão sem alternativas, aceitando qualquer tipo de bico/emprego informal pela frente, e abandonados por um governo que, em vez de trabalhar para gerar mais emprego formal, diz que os institutos de pesquisa mentem.