No Brasil de Bolsonaro, fuzis valem mais do que vidas
Presidente ignora os dados sobre violência e apoia indústria armamentista.
21 maio 2019, 19:00 Tempo de leitura: 1 minuto, 14 segundosA imagem de Bolsonaro fazendo propaganda de fuzil é umas das coisas mais tristes e bizarras deste governo, mas também é muito simbólica. Ao assinar o decreto que flexibiliza a posse e o porte de armas no Brasil, Bolsonaro deixa muito claro de que lado está a serviço da indústria armamentista e pouco se importa com o impacto negativo que mais armas trarão à sociedade.
Se antes do decreto só era possível – mediante comprovação de necessidade – adquirir revólveres de calibre 32 e 38 e pistolas de calibre 350, agora, no Brasil de Bolsonaro, qualquer cidadão comum pode ter um fuzil, uma arma usada por militares.
Além disso, o ato irresponsável do presidente da República ignora uma realidade brasileira: a maioria dos assassinatos são cometidos por armas de fogo. De acordo com os últimos dados do Altas da Violência, divulgados em 2018, mais de 60 mil pessoas são assassinadas por ano no Brasil, e 71,1% desses homicídios cometidos com uso de armas de fogo.
O estudo ainda deixa clara a relação de armas de fogo e as mortes violentas, porque mostra que a legislação (vigente à época) que restringia acesso ao armamento era fundamental para que o número de homicídios não fosse ainda maior.
Em vez de se debruçar sobre essas estatísticas e propor políticas públicas capazes de amenizar a brutal realidade brasileira, Bolsonaro escolheu apontar a arma contra o povo.