O que temos a comemorar no Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher?
28 de maio também é Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna.
28 maio 2019, 19:09 Tempo de leitura: 1 minuto, 30 segundosAs brasileiras não têm nada a comemorar neste 28 de maio, Dia Internacional de Luta Pela Saúde da Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. Os índices de óbitos maternos, no Brasil, ainda são alarmantes, se comparados com os países desenvolvidos. Segundo os últimos dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em 2017, foram mais de 57 mil óbitos.
A violência obstétrica que as mulheres sofrem nos hospitais de todo o País, sobretudo as mulheres negras, contribuem para o agravamento do quadro. E o governo Bolsonaro em vez de pensar estratégias que sejam capazes de acabar com as humilhações e maus tratos nos hospitais, preferiu implicar com o termo.
Com o intuito de dar mais apoio à luta em defesa da vida das mulheres mães, aprovamos na Comissão da Mulher da Câmara Federal um requerimento para realização de uma audiência pública para discutir esse assunto com entidades, movimentos e especialistas.
Nossa intenção é mostrar, também, que o aborto é uma das principais causas da morte materna, e enquanto o governo não olhar com seriedade para o aborto e entender que discriminá-lo o é questão de saúde pública, as mortes maternas continuarão acontecendo. Ainda de acordo com os dados do Ministério, 66% dos casos de mortalidade materna ocorreram por causas obstétricas diretas: aborto (4,4%) e hemorragia (12,1%).
Aliás, neste dia de luta para as mulheres, nossas vizinhas argentinas apresentaram na Câmara dos Deputados um novo projeto de lei para interromper a gravidez e seguem batalhando para garantir o direito ao aborto legal, seguro e gratuito.
Aqui no Brasil também precisamos seguir lutando para impedir os retrocessos sociais e impedir que as mulheres morram por negligência do Estado.