Um plano de ação contra o Coronavírus
Declaração de emergência propõe 7 medidas para serem implementadas já.
7 abr 2020, 11:30 Tempo de leitura: 3 minutos, 22 segundosA pandemia do coronavírus é uma tragédia em todo planeta. No Brasil, a situação piora a cada dia. As consequências sanitárias, sociais e econômicas já se fazem sentir. Estamos em uma guerra. Para se ter ideia, nos Estados Unidos, 10 milhões de pessoas já solicitaram o seguro-desemprego.
A derrota do Covid-19 só pode vir da ciência, da pesquisa e da defesa do SUS (Sistema Único de Saúde). Os esforços que cientistas, pesquisadores da saúde estão fazendo, colocando suas vidas para, nas trincheiras do combate ao vírus, defender a vida da população, são um grande exemplo. Se os trabalhadores da saúde não tiverem condições salvar vidas, seja pela falta de equipamentos, seja próprio risco, a tragédia pode ser ainda maior.
Enquanto Bolsonaro segue minimizando os riscos, colocando o conjunto do povo em risco, defendemos os trabalhadores da saúde e a necessidade do isolamento social com um direito de todos. Por isso é tão importante que Bolsonaro pague imediatamente a renda básica emergencial, além de medidas econômicas de urgência. As universidades estão produzindo soluções, a saúde está voltada para evitar a catástrofe, mas infelizmente o presidente atrapalha. Nesse momento é hora de nos apoiar no mais forte laço que podemos gerar: a solidariedade.Dia 7 de abril, dia mundial da saúde, deve ser marcado como um dia de lutas e panelaços, em defesa da vida, do SUS e dos profissionais da saúde.
Propomos 7 Medidas para serem implementadas já!
1. Bolsonaro pague já a renda básica! Para garantir que o isolamento social seja um direito de todos, especialmente os informais e precarizados.
2. Defesa da vida, do SUS e dos trabalhadores da saúde: o governo tem dinheiro, precisamos de EPIs e respiradores já!
3. Testes rápidos em massa já apoiando-se na inteligência das universidades públicas. Pelo pagamento das bolsas CAPES aos pesquisadores e investimentos em pesquisa contra o Coronavírus;
4. Reconversão Industrial para que a indústria nacional, por exemplo a Petrobrás, produza álcool gel, assim como a indústria sulcroalcooleira e que as montadoras concentrem-se na produção de respiradores;
5. Defesa da vida dos caminhoneiros e dos trabalhadores do transporte público, dos supermercados, das farmácias, entre outros;
6. Nenhuma redução salarial! Manutenção dos direitos! Contra a MP da morte e o corte dos salários dos servidores públicos! Estabilidade no emprego, a exemplo da Argentina.
7. Dinheiro para quem precisa! Taxação das grandes fortunas para que os ricos paguem pela crise!
Muitos se perguntam de onde viria o dinheiro para essas medidas e nós dizemos: se fosse implementado o Imposto sobre grandes fortunas que hoje tramita no Congresso, poderíamos arrecadar R$ 80 bilhões. O dobro do que o governo gastará com a abertura da linha de crédito para que as empresas tenham condições de honrar salários dos funcionários durante a vigência do estado de calamidade pública. Deixando de pagar apenas 10% da Dívida Pública que hoje consome R$ 1 trilhão, teríamos o valor que o governo pretende gastar para pagar a Renda Básica Emergencial. Se Bolsonaro e Guedes seguissem a proposta dos Auditores Fiscais arrecadaria R$ 300 bilhões, mais do que todo o Orçamento previsto pelo governo para o combate ao Coronavírus, cerca de R$ 292 bilhões (4% do PIB). Dinheiro há, mas Bolsonaro prefere massacrar os pobres e não taxar os ricos.
Vladimir Safatle – Filósofo, professor e escritor
Fernanda Melchionna – Deputada Federal PSOL-RS
Sâmia Bomfim – Deputada Federal PSOL-SP
David Miranda – Deputado Federal PSOL-RJ
Luciana Genro – Deputada Estadual PSOL-RS
Roberto Robaina – Vereador de POA e Dirigente Nacional do PSOL
Sandro Pimentel – Deputado Estadual PSOL-RN
Mônica Seixas – Co-Deputada Estadual pela Bancada Ativista no PSOL-SP
Fábio Félix – Deputado Distrital PSOL-DF
José Rainha – Coord. Nacional da Frente Nacional de Lutas (FNL)