Sâmia e PSOL pedem investigação sobre o escândalo dos gastos do governo federal com alimentos
Parlamentares do PSOL pediram ao procurador-geral da República que investigue o gasto de R$ 1,8 bilhão do Executivo em alimentos e bebidas no ano de 2020
28 jan 2021, 10:28 Tempo de leitura: 1 minuto, 42 segundosSâmia Bomfim, Fernanda Melchionna, Vivi Reis e David Miranda, todos do PSOL, pediram ao procurador-geral da República, Augusto Aras, que investigue o gasto de R$ 1,8 bilhão do governo de Jair Bolsonaro em alimentos e bebidas.
Na ação os deputados pedem que o presidente Bolsonaro seja responsabilizado pela decisão. O gasto equivale a um aumento de 20% em relação a 2019 e ocorreu em pleno ano de pandemia, crise sanitária e econômica.
Indo na contramão do empobrecimento de uma grande parcela da população brasileira, o portal de transparência do governo revela que foram gastos 1,8 bilhão em comidas e bebidas no ano de 2020. A compra de leite condensado ultrapassou o valor de R$ 15 milhões e R$ 2,5 milhões foram gastos com a aquisição de vinhos para o Ministério da Defesa.
Segundo consta na ação, a investigação deve ser aberta devido a um conjunto de fatores que vai desde a ineficiência do governo federal no enfrentamento das crises ora instaladas, passando pelo aumento do desemprego e cortes de orçamento da agricultura familiar, até as políticas neoliberais e ultra neoliberais fomentadas pelo Ministério da Economia que geram o crescimento da pobreza e da extrema pobreza de forma acelerada. Ainda, há que se falar do desmonte das políticas de segurança alimentar e nutricional e soberania alimentar. Nesse sentido, esse desmonte vai ao encontro do agravamento das condições de vida da população pobre, que ficou completamente desprovida de assistência, gerando, assim, um quadro de crescimento da pobreza e abandono.
A deputada Sâmia Bomfim alertou que se faz urgente a investigação dos gastos e destaca que com 15,6 milhões de reais seria possível comprar 7200 latas de leite condensado por dia durante em todo o ano de 2020. “Será possível que o Executivo tenha consumido tudo isso em um período de isolamento social, onde eventos governamentais presenciais foram cancelados? Precisamos saber se está havendo algum tipo de superfaturamento e desvio de verbas”, pontuou.