Sâmia aciona STF e PGR cobrando posicionamento dos órgãos sobre possível indicação de Zambelli à Secom da Câmara

Na quinta-feira (11), a deputada federal do PSOL/SP, Sâmia Bomfim, enviou ofício ao ministro Alexandre de Moraes solicitando que ele torne público se a deputada Carla Zambelli é investigada ou não no inquérito das fake News. Sâmia também notificou a PGR sobre o fato. No atual momento, a investigação corre sob segredo de Justiça.

Nos últimos dias, houve grande repercussão sobre a possibilidade de a deputada federal Carla Zambelli assumir, muito em breve, assumir a coordenação da Secretaria de Comunicação Social da Câmara dos Deputados (Secom). Nas redes sociais, a parlamentar apresenta uma postura como se tal fato já estivesse consumado e fala, inclusive, sobre seu “projeto” de reestruturação da secretaria.

É de conhecimento público que Carla Zambelli foi convocada para depor à Polícia Federal em contexto de apuração de fatos e infrações relativos ao Inquérito nº 4.871, dentre os quais a propagação de notícias falsas, com evidente propósito de caluniar, difamar e injuriar membros da Suprema Corte – inclusive com ameaças à integridade física dos Ministros e de seus familiares -, bem como a existência de esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais de fake news.

O inquérito é conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes e investiga a disseminação de notícias falsas, produzidas por uma estrutura sistemática, que teriam como objetivo atacar, difamar e caluniar membros do STF e instituições. Zambelli, inclusive, chegou a ser convocada para depor à Polícia Federal no âmbito do inquérito em 2020, mas não se sabe se a deputada é investigada ou testemunha nas investigações.

“A deputada Carla Zambelli, dado seu histórico, nem de longe possui moral ou competência para gerenciar os veículos de comunicação, os programas e serviços de relações públicas e a definir da linha editorial dos veículos de comunicação da Câmara dos Deputados. Sua única especialidade é divulgar fake news e mentir para defender o governo genocida e corrupto de Jair Bolsonaro”, afirma a Sâmia Bomfim.

A deputada psolista alerta ao ministro do STF que vê com temor e estranhamento que uma pessoa investigada por integrar organização financiada para o fim de orquestrar a fabricação e divulgação, em grande volume, de notícias falsas (cujo teor é orientado para desprestigiar e desestabilizar um dos Poderes da União, em contundente atentado ao Estado Democrático de Direito, constituinte de nossa República), possa ocupar a direção da Secom.

No ofício Sâmia lembra das atribuições da Secretaria de Comunicação da Câmara dos Deputados “zelar pela divulgação dos trabalhos parlamentares, com prioridade àquelas diretamente relacionadas ao processo legislativo; gerenciar os veículos de comunicação da Casa, os programas e serviços de Relações Públicas, e os demais conteúdos distribuídos pela Secretaria em quaisquer plataformas; definir a linha editorial dos veículos de comunicação da Câmara dos Deputados (TV, Rádio e Agência Câmara); planejar a aquisição e operacionalização de tecnologias atualizadas, visando à universalização do conteúdo; supervisionar as atividades de infraestrutura técnico-operacional, necessárias para garantir o apoio técnico especializado para execução das atividades de comunicação da Câmara dos Deputados; supervisionar as atividades relacionadas à Rede Legislativa de Rádio e TV Digital; promover a reflexão sobre a história e o multiculturalismo brasileiro; garantir espaço de veiculação para conteúdos colaborativos nos meios de comunicação.”

Segundo o documento, protocolado pela parlamentar, Alexandre de Moraes deve notificar oficialmente o Presidente da Câmara dos Deputados, para que tome ciência da qualificação da Deputada Carla Zambelli no Inquérito nº 4.871.