Sâmia Bomfim e Fernanda Melchionna acionam a justiça a fim de saber gastos do Bolsonaro para realização de carreata no Rio de Janeiro

Na ocasião, o presidente participou de uma manifestação com motocicletas. Existe a suspeita de que recursos públicos tenham sido usados na atividade

24 maio 2021, 19:28 Tempo de leitura: 2 minutos, 10 segundos
Sâmia Bomfim e Fernanda Melchionna acionam a justiça a fim de saber gastos do Bolsonaro para realização de carreata no Rio de Janeiro

As deputadas federais do PSOL Fernanda Melchionna (RS) e Sâmia Bomfim (SP) enviaram, nesta segunda-feira (24), pedidos de informação ao Ministério da Justiça, à Presidência da República, ao estado do RJ e ao município do Rio de Janeiro questionando o valor total gasto com a operação para garantir a segurança do presidente Bolsonaro na viagem do último domingo (23).

Sâmia declarou que os brasileiros têm direito de saber se o presidente está gastando dinheiro público para realização de atos que violam a legislação local e regras do próprio governo federal sobre cuidados com a pandemia da Covid-19. “Estamos em meio a uma pandemia, com mais de 400 mil mortos por causa do novo coronavírus, não podemos aceitar que o presidente promova aglomeração, descumprindo os protocolos da OMS, inclusive, sem a utilização da máscara de proteção”.

Outro aspecto que vale a pena considerar é que não existia agenda oficial do de Bolsonaro no Rio de Janeiro. “A mobilização de servidores e estrutura pública para acompanhamento do ato foi solicitada por alguma autoridade federal, estadual ou municipal”, questionou Sâmia.

Para Fernanda Melchionna, quem deveria pagar pelos atos é o grupo político que apoia o governo Bolsonaro e não o povo brasileiro, que está passando fome e suplicando por vacinação. “Temos fortes suspeitas de que essa viagem foi paga com dinheiro público. Confirmado isso, ingressaremos no judiciário para que Bolsonaro devolva o dinheiro. Não é cabível que um presidente utilize avião da FAB e toda a estrutura de aparelho de Estado para ir numa manifestação protofascista e evidentemente de caráter eleitoral”, disse Fernanda.

De acordo com informações publicadas na imprensa, o custo da viagem pode passar os R$ 500 mil. Nos documentos, as deputadas questionam o valor total dos gastos em segurança, deslocamento, logística e recursos humanos, a quantidade de funcionários alocados na operação, a utilização da ABIN no deslocamento, além dos protocolos de segurança adotados para a prevenção ao covid-19.

As parlamentares também querem saber se houve alguma análise a respeito da violação da legislação municipal do Rio de Janeiro relacionada à pandemia, já que houve aglomeração.

Ao estado e ao município do Rio de Janeiro, as deputadas questionam mais especificamente quais as normas violadas pelos participantes das aglomerações e se houve aviso ao poder público para a realização da atividade.

Pela lei, os requerimentos apresentados pelas deputadas devem ser obrigatoriamente respondidos pelos governos.