Deputada Sâmia Bomfim defende mobilização nacional contra a privatização dos Correios
Arthur Lira colocou a venda da empresa pública em pauta na Câmara Federal
6 jul 2021, 14:04 Tempo de leitura: 3 minutos, 1 segundoEstá na pauta de votação da Câmara dos Deputados de hoje o Projeto de Lei 591/2021, que privatiza a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. A proposta foi apresentada por Bolsonaro em fevereiro de 2021 e é uma das prioridades de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados e aliado de primeira mão do governo federal no Congresso.
Em 14 de abril, o PSOL apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para suspender privatização dos Correios, mas no dia 20 do mesmo mês, os deputados federais aprovaram a urgência da apreciação do texto por 280 votos a favor, 165 contra, 5 obstruções e 1 abstenção. O PSOL votou contra.
No PDL, o partido destacou que, no âmbito das políticas nacionais de saúde, os Correios participam da distribuição de vários materiais, desde cartazes das campanhas do Ministério da Saúde aos postos e hospitais até pequenos equipamentos, materiais cirúrgicos etc. “Na complexa etapa da distribuição do circuito espacial produtivo da vacina, muitas delas só conseguem chegar às pequenas cidades, vilas e povoados por meio de um transporte especial providenciado pelos Correios”, diz o trecho do documento.
A deputada Sâmia Bomfim é uma das parlamentares que mais se destaca na luta contra a privatização dos Correios e em maio promoveu um encontro virtual com Rogério Ubino, da FENTECT e Luis Biala, do SINTECT, representando os trabalhadores da estatal. Além deles, a Live também contou com a presença da vereadora de Campinas Mariana Conti. Veja o vídeo aqui
Na ocasião, Sâmia alertou que os Correios são estratégicos para a soberania do povo brasileiro, pois o órgão reúne informações importantes de toda a população do Brasil. “Fortalecendo a luta contra a privatização dos Correios, estamos defendendo um projeto de país, de não aceitar que o Brasil se coloque cada vez mais de joelhos para o mercado internacional. Não podemos aceitar a lógica do lucro substituindo os direitos sociais”, disse a parlamentar do PSOL/SP.
Durante a pandemia da Covid-19, Correios bateram recordes com receitas internacionais. Foram R$ 1,2 bilhão contra R$ 919 milhões em 2019.
A tropa de choque de Bolsonaro avança para vender um dos patrimônios do povo brasileiro e o governo federal já definiu o modelo de privatização dos Correios. A ideia é se desfazer de 100% do capital da estatal. Esta informação foi confirmada pelo secretário especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, em entrevista ao jornal O Globo. Segundo ele, a pretensão é vender o controle da empresa de forma integral, num leilão tradicional, “com abertura de envelopes”. O comprador levará ativos e passivos da companhia
Sâmia convocou a população para organizar coletivamente a luta em defesa das estatais brasileiras e enfrentar os ataques e a sanha privatista de Guedes e Bolsonaro.
“A privatização dessa empresa pública lucrativa provocará aumento no preço, fechamento de agências e desemprego. A força da nossa mobilização é decisiva para barrar esse absurdo, vamos à luta”, disse Sâmia em suas redes sociais.
No início do mês de julho, o procurador-geral da República, Augusto Aras, voltou a se manifestar, no Supremo Tribunal Federal (STF), contra a privatização do serviço postal dos Correios, de entrega de correspondências em todo o país. Em parecer enviado à Corte ele defendeu ser inconstitucional o decreto presidencial nº 10.674, editado em abril, que incluiu a empresa pública no programa de desestatização do governo.