Secretário Especial da Cultura de Bolsonaro poderá ser investigado por perseguição ideológica na Lei Rouanet
Deputados membros da CCult apontaram que Mario Frias barrou festival de jazz por publicação onde se declararam antifascistas
14 jul 2021, 10:50 Tempo de leitura: 1 minuto, 42 segundosNa tarde do dia 13/07, parlamentares que compõe da Comissão de Cultura da Câmara Federal (CCult) enviaram à Procuradoria-Geral da República um pedido de investigação de perseguição político-ideológica dentro da Secretaria Especial da Cultura, após um parecer técnico carregado de frases religiosas ter barrado o Festival de Jazz do Capão de captar recursos via Lei Rouanet. O processo foi analisado pela Fundação Nacional das Artes, a Funarte, em documento cheio de referências religiosas, desrespeitando a laicidade do Estado.
Administradores da Página oficial do Festival de Jazz do Capão, na Chapada Diamantina, publicaram uma imagem se declarando “antifascista e pela democracia” e o post foi apontado pelo parecer de Mario Frias como uma das motivações do parecer ter sido negativo.
Nas redes sociais, Frias escreveu: “Enquanto eu for Secretário Especial da Cultura ela será resgatada desse sequestro político/ideológico!”
No documento enviado à PGR pelos deputados federais, diversas considerações foram apontadas, inclusive a obrigação da União em garantir meios de acesso à cultura. Além disso, foi lembrado que a cidadania, a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político são fundamentos do Estado Democrático de Direito adotado pela República Federativa do Brasil e que são objetivos fundamentais do Estado construir uma sociedade livre, justa e solidária, bem como promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
A deputada Sâmia Bomfim, que também assina o pedido de investigação, diz que é um absurdo que Mario Frias use seu cargo para cercear a livre expressão da atividade intelectual e artística. “Devemos garantir a independência dos movimentos culturais no Brasil e que eles sejam livres de censura”, destacou Sâmia.
Este é o segundo pedido de investigação da Secretaria Especial de Cultura, assinado pela deputada Sâmia Bomfim, para que se expliquem sobre casos de perseguição política e/ou ideológica.