Sâmia Bomfim solicita que MPF investigue conversas do gabinete do ódio com a DarkMatter

Pedido feito em conjunto com a Bancada do PSOL pode incentivar que o Ministério Público Federal descubra se a ferramenta de espionagem israelense foi usada contra jornalistas e opositores

19 jan 2022, 12:03 Tempo de leitura: 2 minutos, 21 segundos
Sâmia Bomfim solicita que MPF investigue conversas do gabinete do ódio com a DarkMatter

Na terça-feira (18), a bancada do PSOL entrou com uma representação junto ao Ministério Público Federal solicitando que o órgão acusatório investigue conversas de membros da comitiva presidencial com a empresa DarkMatter, em Dubai.

A Dark Matter é composta, em sua maioria, por programadores israelenses egressos da Unidade 8200, força de hackers de elite vinculada ao exército de Israel e tem sede em Abu Dhabi.
Em reportagem do portal de notícias UOL foi revelado que, durante a feira aeroespacial conhecida como Dubai AirShow, no dia 14 de novembro, um integrante do “gabinete do ódio” do governo Bolsonaro participou de evento no stand de Israel com o interesse de municiar o grupo paralelo com uma poderosa ferramenta espiã, para ser usada neste ano eleitoral.


A conversa feita entre o “perito em inteligência e contrainteligência” brasileiro com um representante da empresa DarkMatter (conhecida por vender tecnologia de espionagem usada por ditaduras para monitorar opositores e jornalistas) aconteceu durante compromisso oficial do presidente nos Emirados Árabes Unidos. Segundo reportagem, o “especialista” que fazia parte da comitiva presidencial e cujo nome não foi informado, responde extraoficialmente ao vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos).


“Todos sabemos das pretensões autoritárias de Bolsonaro e sua corja. O sonho da gentalha era dar um golpe para entronizar Jair como ditador pateta. Frustrados, agora querem contratar ilegalmente empresa israelense de espionagem para perseguir opositores. Denunciamos o caso ao MPF, disse a deputada Sâmia Bomfim.


A Bancada do PSOL pede que o MPF requisite, de forma imediata, informações sobre a agenda de cada um dos membros da delegação brasileira no Dubai Air Show. Outra solicitação visa saber quem organizou encontros entre a DarkMatter e a delegação brasileira. No requerimento, os deputados cobram ainda explicações sobre o papel do Itamaraty e questiona se a chancelaria foi informada. Na eventual compra da tecnologia, os congressistas cobram explicações sobre as regras de licitação que seriam aplicadas.


O documento foi apresentado em razão de indícios consistentes de atos ilegais e inconstitucionais praticados em viagem da delegação brasileira à feira aeroespacial Dubai AirShow, aponta a Representação.


Na justificativa do PSOL, a busca por programas de espionagem com o possível objetivo de espionar detratores e opositores, tem sido reflexo de uma prática “reiterada e permanente” à democracia. “A lógica do combate ao inimigo interno, típica de regimes autoritários, está presente de forma constante no atual governo”, afirmam os membros da bancada.


Sâmia destaca que o documento pede que o MPF investigue a influência do vereador Carlos Bolsonaro e do ‘gabinete do ódio’ para adquirir um software avançado de espionagem. “É inadmissível que o filho do presidente tenha tamanho poder, a ponto de espionar a população brasileira”, declarou a parlamentar.