Bancada do PSOL quer que ministro de Minas e Energia explique se sua nomeação
Segundo denúncia da imprensa, Adolfo foi indicado para a pasta com objetivo de alavancar construção de gasodutos de R$ 100 bilhões que beneficiariam, diretamente, o empresário Carlos Suarez, ex-sócio da empreiteira OAS
12 maio 2022, 14:44 Tempo de leitura: 1 minuto, 44 segundosA líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP), e o deputado Ivan Valente (SP), protocolaram um Requerimento de Convocação para que o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsda, preste esclarecimentos ao plenário da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle sobre a suspeita de que a sua nomeação teria relação direta com uma articulação do governo federal com o mercado para alavancar a privatização da Petrobras, bem como a viabilizar a construção de gasodutos de R$ 100 bilhões que beneficiariam, diretamente, o empresário Carlos Suarez, ex-sócio da empreiteira OAS conhecido como o “rei do gás”. O empresário e seus sócios são hoje os únicos donos de autorizações para distribuir gás em oito estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Segundo matéria do jornal O Globo, Sachsida, afirmou que solicitará estudos ao governo sobre a privatização da estatal da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) – estatal responsável por gerir os contratos da União no pré-sal. Além disso, declarou que a privatização da Petrobras “tem 100% de aval do presidente da República”. Isto confirma as suspeitas divulgadas ainda no ano passado no Jornal Correio Braziliense, que publicou matéria denunciando que o presidente da República Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, estavam articulando a privatização da Petrobras.
As suspeitas a respeito da nomeação de Sachsida estão ligadas às razões não muito claras da exoneração do ex-ministro Bento Albuquerque, que, segundo matéria do jornal Folha de S. Paulo, resistia a uma possível manobra do Centrão que tem como intenção transferir os recursos para a construção do gasoduto de interesse de Suarez por intermédio de uma emenda no projeto de lei que discute a suposta modernização do setor elétrico – na verdade um clássico “jabuti”, já que tal emenda seria aprovada sem maiores discussões.