Sâmia questiona encontro de Bolsonaro com Elon Musk e convoca ministro das Comunicações
A existência da reunião tinha sido negada oficialmente pelo governo, apesar das notícias divulgadas pela imprensa. Até agora o Executivo não divulgou detalhes do acordo firmado com a SpaceX, empresa de tecnologia aeroespacial do bilionário.
25 maio 2022, 14:20 Tempo de leitura: 2 minutos, 38 segundosA líder do PSOL, juntamente com a bancada do partido, apresentou um pacote de iniciativas questionando o encontro entre o presidente Jair Bolsonaro e o empresário Elon Musk, arquitetado pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, acontecido na semana passada. A existência da reunião tinha sido negada oficialmente pelo governo, apesar das notícias divulgadas pela imprensa. Além disso, até agora, o Executivo não divulgou detalhes do acordo firmado em janeiro deste ano com a SpaceX, empresa de tecnologia aeroespacial do bilionário.
Recentemente, virou notícia a compra do Twitter por Elon Musk, por 44 bilhões de dólares (mais de 200 bilhões de reais). “Musk acumula uma fortuna de mais de 260 bilhões de dólares. Sua família, sul-africana, enriqueceu durante o Apartheid, explorando jazidas de esmeralda. Face ao escândalo, afirmei em minhas redes sociais e reafirmo: Bilionários não deveriam existir! Também não deveriam existir a fome, a miséria e a exploração humana, fenômenos correlatos à existência de bilionários”, disse Sâmia.
Para o PSOL há muito a ser explicado. Por isso, a bancada apresentou requerimentos de convocação de Fábio Faria em duas comissões, na da Amazônia e na de Fiscalização Financeira e Controle. Além disso, um requerimento de informações com questionamentos e pedidos de cópias de documentos será enviado ao Ministério das Comunicações.
No início do ano, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou a SpaceX a atuar na região amazônica pelo serviço de internet por satélite Starlink, sob argumento de realizar projetos de conectividade. No entanto, detalhes do acordo não foram divulgados, nem os valores envolvidos.
Para líder do PSOL na Câmara é grave que o governo não divulgue o que aconteceu encontro entre Bolsonaro e Musk. A Coding Rights, que atua em defesa dos direitos humanos na área tecnológica, via Lei de Acesso à Informação, questionou sobre data e local da reunião e se “algum acordo e/ou termo de parceria em negociação ou já firmado”. O Ministério das Comunicações afirmou taxativamente que não havia nenhum encontro agendado, nem acordo entre qualquer um de seus membros e Elon Musk.
Além de questionamentos sobre os assuntos tratados no encontro do governo federal com o bilionário, incluindo os nomes dos integrantes da comitiva presidencial e os custos totais da viagem no hotel de luxo, a bancada pergunta no requerimento de informações sobre os termos do acordo firmado em janeiro, se houve reuniões entre o secretário de Telecomunicações, Artur Coimbra de Oliveira, e a CEO da Starlink, Gwynne Shotwell, se houve participação da Embaixada dos Estados Unidos, a razão para que o governo optasse pelo sistema de Musk em vez do realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) entre outros. O PSOL pergunta ainda se as eleições de 2022 e o uso das redes sociais foram pauta da reunião, lembrando que Musk anunciou a compra do Twitter por 44 bilhões de dólares.