Em Presidente Prudente, Sâmia ouve servidores sobre problemas no atendimento do IAMSPE
Durante visita à cidade do Oeste Paulista, a deputada também se reuniu com o delegado que apura a participação de milícias rurais nos atentados contra acampamentos da FNL.
19 jun 2023, 23:01 Tempo de leitura: 3 minutos, 14 segundosNa última semana, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) visitou sua cidade natal, Presidente Prudente, localizada na região do Oeste do estado de São Paulo. A parlamentar cumpriu um dia intenso de agendas em defesa dos servidores estaduais, da saúde pública e dos acampados rurais que, recentemente, estiveram no foco da CPI do MST.
O roteiro teve início pela manhã do dia 12 de junho, quando a parlamentar encontrou a Comissão Consultiva Mista do Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual (IAMSPE), órgão responsável por prestar atendimento de saúde a seus contribuintes e beneficiários. Acontece que, desde março do ano passado, o contrato do convênio foi quebrado com a Santa Casa da Misericórdia do município, deixando mais de 10 mil pessoas à deriva. Um dos motivos do rompimento foi a defasagem dos valores repassados pelo IAMSPE ao hospital, muito abaixo da tabela de mercado.
Em seguida, Sâmia promoveu uma reunião aberta com servidores públicos para uma escuta in loco sobre problemas no acesso ao plano do IAMSPE. O mandato recolheu 236 denúncias relacionadas a diversas dificuldades, tanto nas emergências como no agendamento de consultas. “São milhares de pessoas que estão tendo um direito negado, elas pagam por isso todos os meses e não conseguem atendimento”, relatou a deputada.
E completou: “Em outras regiões, havia problemas semelhantes, mas foram resolvidos. Aqui, se arrasta por anos. O nosso objetivo é procurar outros mandatos de diferentes legendas para evidenciar que, de fato, não é uma questão partidária ou ideológica”. A parlamentar ainda aproveitou a reunião com os servidores para acolher outras reivindicações da categoria.
Como encaminhamento, Sâmia se comprometeu a solicitar informações do governo estadual acerca do status da nova contratação, além de requerer a atualização da tabela e otimização dos pagamentos aos hospitais conveniados ao IAMSPE. Também será feito o acompanhamento do inquérito instaurado pelo Ministério Público, que apura possíveis negligências, e o diálogo com a superintendência do Instituto para que seja estabelecida uma data às devolutivas.
Mais tarde, a parlamentar esteve no Hospital Regional (HR) Dr. Domingos Leonardo Cerávolo, unidade contemplada com R$ 600 mil de emendas do seu mandato para reformas estruturantes. Ela conheceu as instalações ao lado pelo capelão Frei Jerônimo Sousa e o diretor administrativo do HR, Gustavo Nunes.
Violência no campo
Ainda em Presidente Prudente, Sâmia Bomfim esteve reunida com o delegado diretor do Departamento de Polícia Judiciária de São Paulo Interior (DEINTER) 8, Walmir Geralde. Na pauta, as ações de inteligência e repressão aos crimes no campo.
O destaque foi para a investigação que levou à apreensão de um forte armamento que estava em posse dos fazendeiros no Pontal do Paranapanema, suspeitos de terem atentado contra os acampamentos da Frente Nacional de Lutas (FNL) em fevereiro. A operação evitou que ocorresse o que a Polícia classifica como um “novo Massacre de Eldorado dos Carajás”, episódio brutal que matou 21 trabalhadores sem terra há 27 anos, no Pará.
“O relator e os demais membros bolsonaristas da CPI do MST que foram na diligência em 29 de maio não relatam sobre esse fato que também está sendo tratado, justamente porque revela um método absurdo por parte de ruralistas da região. O inquérito, inclusive, averigua a existência de milícias rurais atuantes no Pontal. Os registros das armas apreendidas eram de CACs, ou seja, de atiradores esportivos, de caça, não poderiam ter outra finalidade. Nós protocolamos um requerimento na Comissão para que esse inquérito seja incluído nos trabalhos, mas o presidente [Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS)] se nega a pautar”, explicou a deputada.