Sâmia aciona Conselho de Ética e PGR contra Zucco após fala misógina e gordofóbica na CPI do MST
Durante sessão da última quinta (3), presidente do comissão perguntou ao microfone se deputada queria “um remédio ou hambúrguer” para se acalmar
4 ago 2023, 21:22 Tempo de leitura: 1 minuto, 55 segundosCom informações da coluna Lauro Jardim, no O Globo, e do portal UOL
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) acionou o Conselho de Ética da Câmara para que investigue o presidente da CPI do MST, Coronel Zucco (Republicanos-RS), e o relator, Ricardo Salles (PL-SP), após uma fala gordofóbica e machista durante sessão na última quinta (3). Na ocasião, Zucco perguntou à parlamentar se ela queria um “remédio” ou um “hambúrguer” para se acalmar. Ele pediu para que a fala fosse retirada das notas taquigráficas.
Sâmia protocolou dois aditamentos a representações já apresentadas para que o Conselho apure quebra de decoro por parte dos deputados. Além de citar o discurso de Zucco durante a CPI, a deputada menciona publicações de Salles promovendo as mesmas agressões nas redes sociais. E afirma que os posts já ocorrem reiteradamente antes mesmo da fala do presidente da comissão.
Diz o documento: “As ações e falas do Deputado Federal Zucco, bem como do Deputado Federal Ricardo Salles (PL/SP), Relator da CPI do MST, são extremamente graves e atentam contra a ordem jurídica e social fixada pela Constituição, descumprindo os deveres parlamentares ali expostos”.
Inquérito na PGR
Ao UOL, Sâmia disse que vai adiar os ataques proferidos a um inquérito já aberto sobre violência política de gênero na Procuradoria-Geral da República (PGR) pelo episódio em que Zucco desligou seu microfone em sessão da CPI.
Fala de Zucco “desmoraliza” a CPI, disse Sâmia. A parlamentar ressaltou que essa tem sido “a conduta” do presidente da Comissão “desde o início dos trabalhos da CPI tanto no espaço do Parlamento como nas redes.”
Bomfim destacou que esse episódio é apenas mais um dos casos de “abuso de autoridade e violência de gênero” que parlamentares mulheres têm sido alvo na CPI. “Isso só corrobora com a desmoralização dessa comissão que, em vez de criminalizar o movimento como eles pretendiam, só tem acumulado episódios de abuso de autoridade e violência política de gênero. Por esse crime, aliás, ambos já respondem a inquérito na PGR e essa agressão de hoje será aditada aos autos do processo”.