Sâmia e Luana acionam MP para investigar Nunes por participação em ato pró-Bolsonaro
Deputada e vereadora questionam se houve uso de recursos públicos para garantir a presença do prefeito e se ele foi conivente com ações ilícitas praticadas no evento
26 fev 2024, 17:06 Tempo de leitura: 2 minutos, 28 segundosA deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves, ambas do PSOL-SP, protocolaram um ofício no Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) solicitando que seja apurada a participação do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no ato bolsonarista deste domingo (25), na Avenida Paulista. As parlamentares apontam que “aparatos e recursos públicos” podem ter sido utilizados para garantir a presença do mandatário no evento de cunho golpista.
Com base em denúncias feitas por munícipes, Sâmia e Luana alegam que Nunes teria usado carro oficial, equipe de segurança e outros recursos da Prefeitura para comparecer ao ato promovido pelo em defesa de Jair Bolsonaro (PL) e contra as instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF). Elas pedem a abertura de inquérito com o intuito de verificar o uso da estrutura municipal e se algum ato ilícito foi cometido na presença do prefeito. “Se verdadeiros, os fatos indicam evidente violação ao direito público”, diz o documento.
O ofício ressalta que “é de interesse público obter informações acerca das verbas públicas, dos serviços públicos utilizados, bem como para garantir os princípios da finalidade, da motivação, da supremacia do interesse público sobre o interesse privado, da legalidade e da moralidade”. O texto também cita a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal (PF), que mira uma suposta organização criminosa que tentou dar um golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. As parlamentares argumentam que o evento serviu para confrontar a ação da PF, por isso, é de “suma importância” apurar se Nunes participou de “atos ou incitações ao objeto da citada investigação”.
“É escandaloso o uso de recursos públicos para participar de ato golpista que incita ataques contra uma investigação da PF e do STF. Nunes não fará de São Paulo um refúgio para o bolsonarismo”, escreveu a deputada no X (antigo Twitter). Ao jornal O Globo, Sâmia reforçou: “Nesse caso, o uso de verba pública não seria somente uma busca pelo apoio de Bolsonaro e o voto de seus apoiadores, mas o endosso a uma manifestação de conteúdo golpista. São recursos públicos utilizados para esse fim. Um dos principais organizadores, Silas Malafaia, endossou o discurso golpista contra o STF, e o Bolsonaro, na manifestação, declarou que de fato dispunha da minuta do golpe”.
Antes do evento, o prefeito esteve no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo estadual, onde Bolsonaro estava hospedado. Em vídeo, Nunes aparece abraçando o ex-presidente, ambos vestindo camisa amarela, numa roda em que também estava o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Em suas redes sociais, Nunes chegou a publicar fotos em cima do trio na Avenida Paulista, uma delas acompanhado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).