Greve: após visita ao IFSP, Sâmia encaminha ofícios ao diretor-geral do campus
Além de constatar a precariedade do restaurante, deputada pede que Alberto Akio Shiga reveja concessão de área estudantil e sindical para uso da GCM
7 maio 2024, 21:19 Tempo de leitura: 3 minutos, 25 segundosA deputada Sâmia Bomfim (PSOL) protocolou dois ofícios direcionados ao diretor-geral do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), Alberto Akio Shiga. Os requerimentos foram feitos após uma visita da parlamentar ao campus, no último dia 19, onde ela participou de atividades relacionadas à greve nacional dos servidores técnicos e docentes da Educação. Na ocasião, ela soube das condições precárias do restaurante estudantil e de uma área de convivência com 5 mil metros quadrados – conhecida como bosque – que está sob ameaça de virar uma base da Guarda Civil Metropolitana (GCM).
O IFSP aderiu à paralisação geral há cerca de um mês, passando a contar também com a mobilização dos alunos desde 15 de abril. Sob o mote “O bosque é nosso”, entre as pautas locais, está a defesa do espaço que é historicamente usado por estudantes e trabalhadores, inclusive para aulas e outras atividades. Uma parte também deveria abrigar a nova sede do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), cuja construção foi embargada após as obras já terem iniciado.
O campus ocupa um terreno da Prefeitura, localizado no bairro do Canindé, que foi concedido em 1996 à instituição para fins exclusivamente educacionais, pelo prazo de 90 anos, conforme aprovado em lei. No entanto, a iniciativa de destinar parte considerável do imóvel à GCM reflete o alinhamento entre Shiga e a desastrosa política da gestão municipal de Ricardo Nunes (MDB).
No ofício – também assinado pela vereadora Luana Alves (PSOL) – , Sâmia ressalta que a cessão da área encontra resistência da comunidade acadêmica: “Em diálogo com representantes estudantis e professores, nos foi apresentado os impactos que um eventual desmembramento da área cedida ao IFSP acarretará, como a supressão de uma área arborizada com inúmeras potencialidades, limites à expansão da estrutura do campus e o comprometimento de diversos projetos e formas potenciais de uso do local que atendem aos interesses da comunidade acadêmica e aos fins educacionais do Instituto Federal”.
A deputada aponta ainda que uma medida de impacto tão significativo como essa, necessariamente, deveria ser precedida por um debate com os estudantes, professores e funcionários. “Instamos Vossa Senhoria a reconsiderar a indicação feita à Prefeitura de São Paulo e estabelecer um diálogo amplo com o conjunto da comunidade acadêmica acerca dos usos e destinações da área”, reforçou. Na Câmara, Sâmia prepara um pedido de audiência pública a ser realizada no campus para tratar do tema.
E as emendas?
Durante sua visita às instalações do IFSP, a parlamentar do PSOL foi surpreendida pelas condições do restaurante estudantil: em mau estado, superlotado, com refeições caras e terceirizadas. Isso contrasta com as emendas que foram destinadas por seu mandato, justamente, para atender as demandas da alimentação no campus. Foram R$ 400 mil repassados em 2023 e outros R$ 400 mil já neste ano. Os alunos manifestaram insatisfação com a forma que esses recursos vêm sendo aplicados pela direção-geral.
Diante da constatação, a deputada encaminhou outro ofício a Alberto Shiga, solicitando o detalhamento de como o montante da verba vem sendo executado. “Tais indicações [na Lei Orçamentária Anual] tiveram por objetivo a reforma e adaptação do restaurante e subsídio das refeições oferecidas, o que insere o projeto na seara das políticas de permanência estudantil”, justificou Sâmia.
“Há uma demanda urgente da comunidade escolar por uma reestruturação geral do espaço da alimentação no campus, da qualidade e modelo de fornecimento de alimentos. Temos a expectativa de que nossas indicações gerem o impacto positivo esperado, repercutindo em maior qualidade ambiental e estrutural do refeitório, bem como na qualidade da alimentação ofertada, garantindo segurança alimentar e nutricional ao corpo discente da instituição”, completou a deputada no requerimento.
Confira a íntegra dos ofícios: