Após meses mobilização, Bosque do IFSP resiste e reitoria garante destinação para uso acadêmico

Sâmia Bomfim e Luana Alves pressionaram autoridades pelo fim do processo que transformaria área de convivência estudantil em base da GCM

17 out 2024, 14:52 Tempo de leitura: 2 minutos, 43 segundos
Após meses mobilização, Bosque do IFSP resiste e reitoria garante destinação para uso acadêmico

Com intensa mobilização dos estudantes, professores e funcionários do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), apoiados pela deputada federal Sâmia Bomfim e pela vereadora Luana Alves – ambas do PSOL -, a reitoria oficializou que a área do campus conhecida como Bosque, no Canindé, não será mais cedida à Guarda Civil Metropolitana (GCM) e permanecerá à disposição da comunidade acadêmica. O processo de cessão, que vinha sendo articulado pela gestão desastrosa do prefeito Ricardo Nunes (MDB), foi encerrado oficialmente em 3 de outubro.

Essa conquista foi resultado de uma disputa iniciada em abril. Naquele mês, Sâmia e Luana estiveram na unidade do IFSP e constataram, além da precariedade do restaurante estudantil, o clima de apreensão causado pela ameaça de cessão do Bosque. A área de convivência conta com 5 mil metros quadrados e foi destinada à instituição em 1996 por meio de lei aprovada na Câmara Municipal, para fins exclusivamente educacionais, pelo prazo de 90 anos.

“Após uma longa batalha travada pelos estudantes, professores e trabalhadores do IFSP, agora podemos dizer que é oficial: o Bosque é nosso! O compromisso de não ceder o espaço para a prefeitura foi, finalmente, firmado em papel”, comemorou Sâmia. Na ocasião da visita em abril, a deputada e a vereadora encaminharam, de forma conjunta, ofícios ao diretor-geral do campus, Alberto Akio Shiga, exigindo explicações sobre o repasse da área e solicitando a revogação do processo.

A partir dos ofícios e de uma audiência pública realizada pelas parlamentares em maio, a comunidade acadêmica intensificou as reivindicações, defendendo que o Bosque, além de abrigar atividades educacionais, é um importante espaço de mobilização sindical. Uma parte do terreno deveria abrigar a nova sede do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), cuja construção foi embargada após as obras já terem iniciado.

A pressão surtiu efeito e o reitor do IFSP, Silmário Batista dos Santos, notificou a Coordenadoria de Gestão do Patrimônio Imobiliário (CGPATRI), solicitando a interrupção da devolução do imóvel. Em setembro, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU) informou à prefeitura que não tinha mais interesse em transformar o Bosque em uma base da GCM. Esse comunicado devolveu a decisão à Secretaria Municipal de Gestão (SEGES), que formalizou o encerramento do processo de cessão no início de outubro.

Sâmia Bomfim destacou o papel da mobilização coletiva na conquista: “O Bosque é um espaço histórico de convivência estudantil e de organização sindical do IFSP, que formou gerações e gerações de estudantes! Nosso mandato pressionou as autoridades contra o fechamento do espaço e realizamos, junto com a vereadora Luana Alves, uma audiência pública sobre o tema. Agora, temos um novo desafio, garantir que o espaço que, hoje, está abandonado, seja reestruturado e reaberto para o uso coletivo. Nosso mandato seguirá compromissado com isso, incluindo a destinação de recursos”.

Audiência pública “O Bosque é nosso!”, realizada em maio pelos mandatos de Luana Alves e Sâmia Bomfim, do PSOL

Fotos: Divulgação/ASCOM-Sâmia Bomfim