Na Pré-Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador, Sâmia critica terceirização e fechamento do Hospital Bela Vista

Deputada denunciou a precarização dos serviços públicos de saúde, defendeu a valorização dos trabalhadores do setor e pediu unidade na luta pelo fim da escala 6x1

25 fev 2025, 18:07 Tempo de leitura: 3 minutos, 53 segundos
Na Pré-Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador, Sâmia critica terceirização e fechamento do Hospital Bela Vista

A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) participou no último sábado (22) da Pré-Conferência de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora da região central de São Paulo, etapa preparatória para a 5ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora (5ª CMSTT-SP), que será realizada nos dias 3 e 4 de abril. Em sua fala, Sâmia criticou a crescente terceirização dos serviços públicos na cidade, denunciou o fechamento do Hospital Bela Vista e reforçou seu compromisso com a valorização dos profissionais da saúde.

“É absurda a entrega da gestão dos equipamentos públicos a grandes empresas, que pensam apenas no seu lucro e precarizam os serviços e seus trabalhadores. O que precisa ocorrer é justamente o contrário: os trabalhadores da saúde, que prestam um serviço tão essencial à população, precisam ter condições dignas de trabalho e salários justos”, afirmou a deputada.

As pré-conferências territoriais, como a do Centro, têm o papel de discutir diretrizes e propostas que serão debatidas na etapa municipal em abril. O evento, que contou com a presença de centenas de trabalhadores, usuários do SUS e especialistas, abordou três eixos principais: a Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, as novas relações de trabalho e o impacto na saúde, e a participação popular no controle social do SUS.

Fechamento do Hospital Bela Vista e sucateamento do SUS

No evento, Sâmia destacou a gravidade do fechamento do Hospital Bela Vista, referência no atendimento à população de rua, poucos dias após as eleições municipais de 2024. Para a deputada, a medida demonstra a falta de compromisso da gestão Ricardo Nunes (MDB) com a saúde pública e a população mais vulnerável da cidade.

“Pouquíssimos dias depois das eleições, um hospital importantíssimo para o atendimento da população simplesmente foi fechado. E o que significa isso para as trabalhadoras e trabalhadores do antigo hospital? Para onde vão? Como organizam sua vida, sua rotina e seu cotidiano?”, questionou.

Sâmia também criticou a política de desmonte gradual do SUS e alertou para as consequências da terceirização desenfreada da saúde municipal: “Apesar de tantos ataques, dessa lógica neoliberal de corte de recursos e da entrega da gestão para terceiros, o SUS sobrevive graças aos usuários, aos trabalhadores e aos gestores que lutam para mantê-lo de pé. A saúde pública precisa ser fortalecida, e não precarizada”.

A deputada chamou a atenção para a situação dos agentes comunitários de saúde e de combate às endemias, que frequentemente precisam lutar por direitos básicos como piso salarial, aposentadoria especial e adicional de insalubridade. “São trabalhadores fundamentais, que enfrentam desafios diários nos bairros e vielas da cidade. Deveriam ser valorizados, mas precisam ir a Brasília constantemente para reivindicar o que já deveria ser garantido”, disse.

Pelo fim da jornada 6×1

Em sua fala, Sâmia também abordou a necessidade de avanços nos direitos trabalhistas, destacando a luta pelo fim da escala de trabalho 6×1, um modelo que impacta diretamente a qualidade de vida dos trabalhadores brasileiros, especialmente os da saúde.
“A PEC já teve as assinaturas suficientes e a ideia é que ela possa tramitar neste ano para que a gente tenha essa conquista. Muita gente diz que é quase impossível mudar a lógica e a dinâmica da escala de trabalho do Brasil, mas todos os direitos que temos hoje foram considerados impossíveis um dia”, afirmou.

Para Sâmia, a luta pelo direito ao descanso e à vida digna deve ser central na agenda política. “Estamos falando, no mínimo, de qualidade de vida, de tempo para descanso, para estar com a família, praticar esporte. O impacto disso na saúde física e mental de cada trabalhador é incalculável”, finalizou.

A 5ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora de São Paulo será um espaço de debate para consolidar diretrizes e fortalecer a participação social na defesa da saúde pública e dos direitos dos trabalhadores, servindo como base para as discussões da 5ª Conferência Nacional do setor, marcada para agosto.

A deputada reafirmou, ainda, seu compromisso em acompanhar as discussões e lutar pela valorização dos profissionais do setor: “O SUS sobrevive, apesar de tantos ataques, graças à luta de seus trabalhadores e usuários! Viva o SUS!”.

Foto: Levi Munhoz/ASCOM-Sâmia Bomfim