Bancada do PSOL pede que Câmara declare abandono de mandato de Eduardo Bolsonaro

Em ofício enviado à Mesa Diretora, parlamentares afirmam que pedido não tem previsão constitucional e regimental; decisão de conceder licença cabe ao presidente da Casa

21 mar 2025, 15:35 Tempo de leitura: 1 minuto, 39 segundos
Bancada do PSOL pede que Câmara declare abandono de mandato de Eduardo Bolsonaro

Parlamentares do PSOL enviaram um ofício à Mesa Diretora da Câmara para solicitar que seja negado o pedido de licença do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e que seja declarado o abandono do seu mandato. Na última terça (18), o “zero três” anunciou que se licenciaria do cargo para ficar nos Estados Unidos e fugir das decisões da Justiça brasileira.

O pedido, capitaneado pela deputada Fernanda Melchionna, também foi assinado por Sâmia Bomfim, Célia Xakriabá, Chico Alencar, Glauber Braga, Ivan Valente, Luiza Erundina, Talíria Petrone e Tarcísio Motta. No documento, a bancada do PSOL afirma que o pedido de Eduardo “não tem previsão constitucional e regimental” e, dessa forma, ele “abusa das prerrogativas constitucionais asseguradas aos membros do Congresso Nacional”.

Os parlamentares afirmam que o bolsonarista usa da licença para “fugir da jurisdição brasileira e desempenhar atividades políticas no exterior, configurando, portanto abandono de mandato”. O ofício aponta que essa conduta de Eduardo viola o princípio da moralidade administrativa e que a solicitação da licença tem fim político, não de interesse pessoal.

“Declarações do próprio parlamentar indicam que a justificativa real para sua permanência fora do Brasil não corresponde ao previsto para esse tipo de licença e sim um abandono do seu mandato”, concluem.

Em declaração à Folha de S.Paulo sobre a iniciativa, a deputada Fernanda Melchionna, que coordenou a iniciativa, disse que “não existe uma previsão de uma licença para fugir da Justiça brasileira e tampouco para fazer crimes lesa-pátria e de ataque à soberania em território estrangeiro”. “É um absurdo. A gente pede que seja considerado nulo o pedido de licença do parlamentar e que, depois do prazo previsto, seja declarado abandono de mandato por conta de previsão regimental inexistente”, finaliza a parlamentar gaúcha.

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado