Na Comissão da Mulher, Sâmia denuncia feminicídio e cobra justiça pela morte de Bruna Oliveira

Deputada do PSOL-SP teve aprovado seu requerimento de moção em solidariedade aos familiares da jovem pesquisadora assassinada na Zona Leste da capital paulista

24 abr 2025, 21:10 Tempo de leitura: 2 minutos, 25 segundos
Na Comissão da Mulher, Sâmia denuncia feminicídio e cobra justiça pela morte de Bruna Oliveira

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara aprovou, na quarta (23), uma moção de solidariedade aos familiares e amigos de Bruna Oliveira da Silva, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP), de 28 anos, encontrada morta com sinais de brutalidade no último dia 17. O requerimento foi apresentado pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que destacou o caso como mais uma expressão da trágica realidade do feminicídio no país.

Em sua justificativa, a parlamentar recordou que o Brasil ocupa o quinto lugar no ranking mundial de feminicídio e que somente no estado de São Paulo os índices bateram recorde em 2024. Ela reforçou a necessidade de políticas públicas voltadas à proteção das mulheres e criticou a inação do poder público frente à escalada da violência de gênero.

“Em comparação com países desenvolvidos, aqui se mata 48 vezes mais mulheres que o Reino Unido, 24 vezes mais que a Dinamarca e 16 vezes mais que o Japão ou Escócia. O Mapa da Violência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que o número de mulheres assassinadas aumentou no Brasil. Entre 2003 e 2013, passou de 3.937 casos para 4.762 mortes. Em 2016, uma mulher foi assassinada a cada duas horas no país”, alertou a deputada.

Foto: Bia Borges

“Trajetória acadêmica exemplar”

Bruna desapareceu na noite de 13 de abril, após sair do metrô Corinthians-Itaquera, da linha 3-Vermelha, na Zona Leste da capital paulista. Quatro dias depois, seu corpo foi encontrado nos fundos de um estacionamento da região, com muitas marcas de violência. A polícia identificou o principal suspeito como Esteliano José Madureira, de 43 anos, morador das redondezas, que foi localizado morto ontem (23), supostamente executado por integrantes de uma facção criminosa.

Formada em Turismo, Bruna havia sido recentemente aprovada no mestrado em Mudança Social e Participação Política na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP (EACH-USP). Era a primeira de sua família a ingressar no ensino superior, mãe de um menino de sete anos, e ativa em causas sociais, especialmente no combate à violência contra a mulher.

“O caso de Bruna segue mobilizando familiares, amigas e a comunidade acadêmica por respostas e justiça. Bruna deixa uma trajetória acadêmica exemplar que marcará para sempre todos os que tiveram a oportunidade de conviver com ela”, destacou Sâmia.

Hoje (24), dois atos ocorreram para pedir rigor nas investigações e lembrar a memória de Bruna. Pela tarde, o protesto foi realizado na EACH, campus onde Bruna estudava. À noite, os manifestantes foram à estação onde a jovem desapareceu e seguiram até o local onde seu corpo foi achado. A mobilização foi feita pelo Coletivo Bruna Oliveira, composto por amigos da pesquisadora, com apoio de outros movimentos sociais e do mandato de Sâmia.

Foto: Rebeca Meyer