Sâmia e bancada do PSOL entram com ação contra a nomeação do novo diretor da PF
Amigo da família do presidente, Alexandre Ramagem é indicação de Carlos Bolsonaro para bloquear as investigações na PF.
28 abr 2020, 14:41 Tempo de leitura: 1 minuto, 22 segundosA deputada Sâmia Bomfim e a bancada do PSOL na Câmara apresentaram na Justiça Federal do Distrito Federal uma ação contra a nomeação de Alexandre Ramagem para o cargo de Diretor-geral da Polícia Federal do Ministério de Justiça e Segurança Pública.
Ramagem é delegado da Polícia Federal desde 2005 e amigo da família Bolsonaro. Por esse motivo, ele foi indicado a ocupar o cargo na diretoria do órgão, concretizando, assim, o desejo de Bolsonaro de ter alguém mais próximo na PF.
Após a saída de Sergio Moro, o presidente deixou claro que gostaria de fazer pedidos e solicitar relatórios e informações sigilosas sobre investigações em andamento na PF. “Todo brasileiro sabe que a Polícia Federal faz centenas de investigações por semana, das mais variadas naturezas. É óbvio que Bolsonaro não quer saber sobre a rotina de trabalho da PF, mas sim bloquear investigações que envolvam sua família, sobretudo seus filhos”, afirma Sâmia.
Vale lembrar que Bolsonaro já pediu para interrogar Ronnie Lessa para saber sobre o envolvimento de seu filho Jair Renan Bolsonaro, no inquérito que apura a execução da Vereadora Marielle Franco.
Atitudes como essa afrontam diferentes princípios da administração pública. Além disso, ao nomear Alexandre Ramagem – após exonerar o anterior ocupante do cargo precedido de declarações de que precisava de informações sobre a atuação da PF, Bolsonaro atua com desvio de finalidade e viola o princípio da moralidade administrativa, caracterizando, assim, um ato de improbidade administrativa.