Sâmia Bomfim e Monica Seixas questionam postura da PM em atos de 31/05
Deputadas cobram responsabilização dos agentes envolvidos na repressão do ato antifascista
1 jun 2020, 16:41 Tempo de leitura: 2 minutos, 6 segundosA postura da Polícia Militar de São Paulo nas manifestações contra e a favor do governo Bolsonaro no dia 31/05 chamou a atenção pela parcialidade. Enquanto encontrava-se de costas para os bolsonaristas, a polícia encarava de frente os que protestavam em favor da democracia. Além disso, considerando a costumeira atuação da PM paulista em manifestações quanto ao uso de supostas armas brancas, surpreendeu a todos o fato de que um policial, ao ver uma bolsonarista ameaçando com um taco de baseball quem participava do outro ato, tenha gentilmente conduzido a mulher para que se afastasse. Bom lembrar que essa mesma polícia prendeu Rafael Braga em uma manifestação porque portava uma garrafa de Pinho Sol. Ao final do ato, a diferença de tratamento ficou evidente. Quem defendia a democracia recebeu bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, enquanto quem defendia intervenção militar e fechamento do Congresso e do STF pôde retornar para casa tranquilamente. A PM afirma que a repressão começou após provocação e início de confronto que partiu de ambos os lados, e que coube a ela apenas evitar agressões mútuas. Mas jornalistas e demais testemunhas presentes no local afirmam que, na verdade, bolsonaristas foram provocar quem defendia a democracia, mas a polícia agrediu estes e não aqueles.
O favorecimento da PM/SP ao bolsonarismo é motivo de preocupação. Sabe-se que o Presidente da República ensaia um golpe antidemocrático e espera contar com a base das polícias militares e das forças armadas para isso. Devido ao acirramento do conflito entre Bolsonaro e Doria, o governador já deu sinais de que está encontrando dificuldades em manter o braço armado do estado de São Paulo sob seu comando – o lockdown foi descartado no estado e em qualquer município pois a Polícia Militar não garantiu que efetivaria a medida.
Isso posto, não cabe fingir que a atuação da polícia foi imparcial. As declarações públicas de João Doria e do subsecretário de Segurança Pública responsável pela Polícia Militar, Coronel Alvaro Camilo, ignoram esses fatos. Por isso, a deputada federal Sâmia Bomfim e a deputada estadual Monica Seixas solicitaram reunião com Coronel Camilo para esclarecer que medidas estão sendo tomadas pelo governo para impedir que as tropas do estado, na prática, sejam instrumentalizadas por Bolsonaro e seus apoiadores.