Sâmia aciona Anatel pela suspensão da empresa de Elon Musk na exploração de satélites no Brasil
Operação da Polícia Federal na terra indígena Yanomâmi apreendeu 24 antenas produzidas pela Starlink sendo usadas na comunicação de garimpos ilegais
18 abr 2024, 20:37 Tempo de leitura: 1 minuto, 29 segundosTexto original publicado pela coluna Lauro Jardim, jornal O Globo
A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) questionou a Anatel o motivo de não ter suspendido o direito da Starlink, cujo dono é Elon Musk, para explorar satélites não geostacionários, após operação da Polícia Federal na terra indígena Yanomâmi apreender 24 antenas produzidas pela empresa e usadas na comunicação de garimpeiros. Em ofício, a parlamentar indaga se houve falha na fiscalização do uso dos satélites da Starlink no Brasil, uma vez que o bloqueio dos sinais das antenas só ocorreu depois da operação.
O documento aponta reincidências por parte da empresa e cita que, ano passado, também na terra indígena, agentes federais já haviam encontrado antenas da Starlink que facilitavam a comunicação do garimpo ilegal na região. Sâmia também cobra que a Anatel informe como é feita essa inspeção dos sinais de comunicação em áreas com potencial mineração ilegal e que áreas do país são abrangidas pela exploração do sistema da empresa de Musk.
A deputada quer saber o protocolo da agência reguladora para coibir o uso de internet banda larga em áreas dotadas de proteção especial.
Diz o ofício: “Em meio às operações de fiscalização resta evidente a reincidência da empresa em disponibilizar ferramenta de sistema de internet de alta velocidade em áreas remotas cujo uso por criminosos é fundamental para o exercício de garimpo ilegal nessas regiões”. E ainda lembra que, não bastassem as evidências, as recentes declarações de Musk desafiando Alexandre de Moraes foram “mais uma demonstração de total desrespeito e ataque ao ordenamento jurídico e às instituiões brasileiras”.