Deputada Sâmia promove audiência pública para discutir o futuro da Unifesp na Zona Leste

Atividade na Alesp marca os dez anos da implantação do campus apontando os desafios e perspectivas para a consolidação da unidade na região mais populosa de São Paulo

15 ago 2024, 20:08 Tempo de leitura: 4 minutos, 30 segundos
Deputada Sâmia promove audiência pública para discutir o futuro da Unifesp na Zona Leste

A deputada federal Sâmia (PSOL-SP) realizou, na última quinta (8), uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) para discutir o futuro da Unifesp na Zona Leste da capital paulista. A atividade marcou os dez anos da pactuação que deu origem ao campus, situado em Itaquera, e reuniu parlamentares, representantes da comunidade acadêmica e movimentos sociais com o intuito de apontar os desafios e as perspectivas para a consolidação da unidade.

Durante a abertura, Sâmia destacou a relevância do campus na região mais populosa da cidade, ressaltando que a conquista representa um resultado histórico da luta estudantil. “A partir da presença da Unifesp na Zona Leste, se viu a concretização de sonhos e demandas populares com a abertura de um espaço de excelência, de produção acadêmica e científica, em contato com a população que tanto contribui socialmente e materialmente para São Paulo”, afirmou a deputada. Ela também reforçou a necessidade de investimentos contínuos para garantir a plena estruturação e ampliação da oferta.

Desafios para a expansão

Criado oficialmente em 2014, o campus Zona Leste da Unifesp tem enfrentado dificuldades em sua implementação devido à falta de recursos. Atualmente, em um prédio pequeno, apenas o curso de Geografia é oferecido. A estrutura limitada impede a abertura de novos cursos e a contratação de docentes e técnicos. “A verdade é que, hoje, o campus funciona através de destinação de emendas parlamentares. São os parlamentares que garantem, por exemplo, a possibilidade de bolsas e de adaptação dos espaços”, disse Sâmia.

A deputada lembrou que, desde 2019, quando tomou posse em Brasília, seu mandato encaminhou cerca de R$ 1,3 milhão em emendas para a Unifesp Zona Leste, além de outros montantes aos demais campi. O investimento no ensino superior público é uma de suas prioridades: “A gente sabe que é um recurso que vai chegar, vai ser bem aplicado e é incalculável o impacto na vida das pessoas. Estamos falando de uma formação a longo prazo, gerações e gerações de jovens pesquisadores e acadêmicos que vão contribuir enormemente para o nosso país”.

Sâmia comentou ainda que, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o presidente Lula anunciou a destinação de R$ 110 milhões para o campus nos próximos três anos. Além de melhorar as instalações, os recursos vão permitir a efetivação dos cinco cursos programados – Arquitetura e Urbanismo, Administração Pública, Engenharia Civil e Engenharia Ambiental e Sanitária – e outros três que estão previstos. “A ideia é criar uma sistematização de cobranças junto ao Governo Federal. Queremos um calendário sobre o orçamento que se dispõe a implementar aquele campus”, frisou a deputada, que tem cobrado informações do Ministério da Educação (MEC).

“Sem a unidade dos movimentos sociais, não seria possível que chegássemos a esse momento tão aguardado de destinação de investimento. São dez anos do pacto institucional, mas o pacto social, o pacto de luta dos movimentos vem bem antes disso. Estamos celebrando essa institucionalidade, mas sempre lembrando que esses dez anos só foram possíveis por causa dessa luta dos movimentos sociais”, comentou o aluno de Geografia, Josias Lima, liderança no movimento em prol do campus.

Compuseram a mesa: Leidiane Cruz, da UEE; Edson Pardinho, do Fórum Social da Zona Leste; Josias Lima, representante do Conselho Universitário; Raiane Assumpção, reitora da Unifesp; a deputada federal Sâmia Bomfim; Patrícia Laczynski, diretora do campus Zona Leste; a deputada estadual Monica Seixas; e Soraya Smaili, ex-reitora da universidade.


Mobilização para os próximos passos

A mesa da audiência foi composta ainda pela reitora da Unifesp, Raiane Assumpção; a diretora do campus Zona Leste, Patrícia Laczynski; e ex-reitora da universidade, Soraya Smaili. Raiane enfatizou que, embora os recursos do PAC sejam um importante avanço, eles não são suficientes para garantir o pleno funcionamento. “Para implementar os cursos, é necessário que tenha os docentes, técnicos e uma previsão de custeio para que os estudantes sejam atendidos em todas as suas dimensões”, destacou a reitora.

Monica Seixas, deputada estadual do PSOL pelo Movimento Pretas, também reforçou a importância do ensino superior público e de qualidade para o desenvolvimento do estado de São Paulo: “Vamos pensar isso juntos, Governo Federal e Estadual. É um sonho de dez anos a ampliação e implementação de fato desse campus”.

Ao final da audiência, foi destacada a necessidade de manter a mobilização da comunidade acadêmica e dos movimentos sociais para garantir que os recursos prometidos sejam efetivamente aplicados. Sâmia Bomfim se comprometeu a continuar acompanhando o processo de liberação de verbas e articular pela expansão e consolidação do campus. “Nosso mandato segue com o gabinete aberto para fazer a cobrança e o acompanhamento desse investimento orçamentário”, concluiu.

Assista à integra da audiência “Dez Anos de Pactuação da Universidade Federal De São Paulo (Unifesp) – Campus Zona Leste”:


Fotos: Levi Munhoz/ASCOM-Sâmia Bomfim