PSOL quer a cassação de Ricardo Barros por quebra de decoro parlamentar no escândalo da Covaxin
A representação contra o líder do governo Bolsonaro foi protocolada na Comissão de Ética da Câmara dos Deputados
1 jul 2021, 11:33 Tempo de leitura: 1 minuto, 46 segundosO PSOL protocolou nesta quinta-feira (01/07) uma representação contra o deputado Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, na Comissão de Ética da Casa. O documento indica quebra de decoro parlamentar no caso do escândalo da Covaxin. O partido afirma que as práticas do deputado federal foram incompatíveis com o exercício do mandato parlamentar.
Em depoimento na CPI da Covid dos irmãos Luís Miranda, deputado federal, e Luís Ricardo Miranda, servidor público concursado do Ministério da Saúde, o nome de Ricardo Barros foi apontado como um dos principais agentes para viabilizar um contrato fraudulento de compra da vacina Covaxin.
Em reportagem do Estado de São Paulo, o jornal revelou documentos do Ministério das Relações Exteriores que mostram que o Governo comprou a vacina por um preço 1.000% maior do que, seis meses antes, era anunciado pela própria fabricante. Telegrama da embaixada brasileira em Nova Délhi de agosto do ano passado, ao qual o Estadão teve acesso, informava que o imunizante produzido pela Bharat Biotech tinha o preço estimado em 100 rúpias (US$ 1,34 a dose).
Para o PSOL está claro que Barros cometeu ato de corrupção ao agir em favor da Precisa Medicamentos e também não restam dúvidas que o presidente Jair Bolsonaro sabia do esquema.
O deputado Luis Miranda afirmou que ao levar a Bolsonaro as suspeitas de irregularidades coletadas pelo seu irmão, o presidente teria mencionado o nome do líder do governo na Câmara. É de autoria de Ricardo Barros a emenda a uma Medida Provisória no Congresso que incluía a Covaxin entre as vacinas possíveis de compra pelo governo, mesmo sem autorização da Anvisa.
“A Comissão de Ética tem obrigação de apurar os relatos envolvendo Ricardo Barros. Se for comprovada sua participação neste escândalo, que o deputado não saia impune, pois milhares de pessoas morreram nesta pandemia por causa da corrupção do Bolsonaro e sua turma”, afirmou Sâmia Bomfim.
Com informações: PSOL