Nota dos movimentos: Liberdade Para Paulo Galo e Gessica
Mais uma demonstração da perseguição aos que lutam: Paulo Galo e sua esposa, Gessica, foram presos por conta do ato realizado neste final de semana contra a homenagem ao genocida e escravocrata Borba Gato
29 jul 2021, 21:32 Tempo de leitura: 3 minutos, 1 segundoNo último sábado (24.07), o monumento de Borba Gato foi incendiado em São Paulo. Hoje (28.07), Paulo Galo e Géssica foram presos acusados de terem participado deste ato. Paulo Galo é companheiro de Géssica, trabalhador de aplicativo e liderança do movimento Entregadores Antifascistas.
A prisão dos dois demonstra que a política de genocídio e perseguição à população pobre no Brasil segue viva não apenas através da homenagem a símbolos racistas – como é o caso da estátua de Borba Gato -, como também no sistema de justiça brasileiro.
Questionar a existência de monumentos como o de Borba Gato, que espalham-se sobre a cidade de São Paulo, é, portanto, discutir não apenas o passado, como também o presente. Borba Gato foi um bandeirante responsável por uma política de perseguição, escravização, assassinato e estupro de pessoas negras e indígenas escravizadas. É uma das figuras responsáveis pelo racismo que ainda hoje estrutura o Brasil, e se reflete em todas as instâncias de nossa sociedade, à exemplo dos altos níveis de desemprego entre a população negra brasileira e a alta taxa de mortalidade entre jovens negros e periféricos.
Entretanto, a estátua de Borba Gato é protegida como um “bem cultural”, enquanto os trabalhadores que construíram e constroem nosso país são presos por um sistema de justiça elitista e anti-pobre. Borba Gato é um “símbolo cultural”, enquanto trabalhadoras e trabalhadores não se vêem nos monumentos que se espalham hoje pela cidade de São Paulo.
A figura de Borba Gato, portanto, permanece mais viva do que nunca no Brasil. Está viva no genocídio da população negra hoje em curso no Brasil, na política de morte de Bolsonaro – que contribuiu para a morte de milhares de pessoas, especialmente nas periferias, por falta de vacina, pela bala e pela fome – , e está em curso num sistema que trata racistas como “patrimônio histórico” e o trabalhador como “vândalo”.
Seguiremos na luta pela memória de nosso povo e pela substituição dos monumentos que homenageiam nossos algozes. SP é Solo Preto e Indígena e lutaremos pelo direito à memória de nosso povo. Liberdade para Paulo e Géssica!
ASSINAM A NOTA:
Associação Nacional do Reggae
C Roots arte e cultura
Centro Acadêmico Nísia Floresta
COJIRA
Coletivo Cultural Acaçá Axe Odo
Coletivo Direito Pra Quem?
Coletivo Juntas!
Coletivo Juntos
Dep. Estadual Monica Seixas da Bancada Ativista
Dep. Estadual Leci Brandão
Filhos da Luta
FNL – Frente Nacional de Luta Campo e Cidade
Fórum de Cultura da Zona Leste
Fórum hip hop Butantã
Fórum Internacional Fronteiras Cruzadas
Gastronomiaperiferica
Grupo de Ações Afirmativas em Culturas, Educação e Desenvolvimento Social
Hip Hop
Instituto Tebas de Educação e Cultura
LiteraSampa – Rede de Bibliotecas Comunitárias
Mães Pretas Presentes
Mandato Bancada Feminista do PSOL
Mandato Dep. Federal Sâmia Bomfim
Mandato Vereadora Luana Alves
Mandato Vereadora Erika Hilton
MMNSP – Marcha das Mulheres Negras de São Paulo
Movimento de Mulheres Olga Benário
MNU-SP – Movimento Negro Unificado-Coord.Form
Movimento pela Preservação e Valorização do Sítio Arqueologica dos Aflitos
MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
Negritude Socialista
Partido dos Trabalhadores
Pastoral da Juventude
PDT Diversidade
Rede Emancipa – Movimento Social de Educação Popular
Reggae Rastafari
RUA – Juventude Anticapitalista
Sarau Composição Urbana
Sindicato dos Bancários de São Paulo
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
UNEGRO
TLS – Trabalhadores e Trabalhadoras na Luta Socialista