Comunidade tradicional caiçara resiste na Jureia
Casas de caiçaras foram destruídas pela polícia a mando da Fundação Florestal.
26 jul 2019, 18:52 Tempo de leitura: 1 minuto, 22 segundosOs integrantes da comunidade tradicional caiçara da Jureia, no litoral sul de São Paulo, estão lutando há anos para manter viva a tradição de suas famílias e continuar vivendo no território tradicional caiçara.
No começo deste mês, em 4 de julho, pelo menos duas casas de caiçaras foram destruídas pela polícia a mando da Fundação Florestal, órgão do Estado de São Paulo responsável pela conservação de parques e reservas.
“Nós estávamos tentando marcar uma reunião com o diretor geral da Fundação Florestal para explicar que os donos das casas são, de fato, integrantes da comunidade tradicional. Mas fomos surpreendidos com a decisão de demolição”, explica André Luiz Ferreira da Silva, advogado popular.
Uma das casas destruídas foi a de Edmilson de Lima Prado, cuja tradicionalidade caiçara foi comprovada por um laudo antropológico, que serviu de prova para que o juiz da 1ª Vara Judicial da Comarca de Iguape reconhecesse os direitos territoriais dos caiçaras. “Essa comunidade existe há mais de 200 anos. Eu nasci aqui, meus pais nasceram aqui. Vivemos em harmonia com o meio ambiente há pelo menos oito gerações. Plantamos árvores frutíferas, pescamos e fazemos artesanato. Nós somos povos da floresta”, afirma Edmilson.
A co-deputada estadual Monica Seixas esteve no local, acompanhada da assessoria da deputada federal Sâmia Bomfim. Para Monica, é necessário “construir uma política ambiental que respeite o direito das comunidades tradicionais e dos povos originários, e que obrigue a redução do consumo e danos à cidade e do agronegócio”.