PSOL denuncia à ONU aumento da violência no campo e alerta para o aprofundamento da crise durante os anos do governo Bolsonaro
Lider da Bancada, Sâmia Bomfim destacou que o objetivo da queixa é a permanente luta contra a impunidade e chamar a atenção dos órgãos internacionais para que atuem e cobrem posição de um governo que, quando não é omisso, é permissivo com essas barbaridades
31 mar 2022, 09:15 Tempo de leitura: 2 minutos, 3 segundosEm audiência com o relator especial da Organização das Nações Unidas sobre direito à liberdade de reunião e associação pacífica, na Câmara dos Deputados, na manhã de quarta-feira (30), a bancada do PSOL pediu ação internacional diante da violência no campo e alerta para o aprofundamento da crise durante os anos do governo de Jair Bolsonaro.
A denúncia apresentada cita como conflitos por terra resultaram no assassinato de um menino de 09 anos, Jonathas Oliveira, na comunidade camponesa do Engenho Roncadorzinho, na região de Mata Sul do estado de Pernambuco.
Para Sâmia Bomfim, líder da bancada do PSOL na Câmara, o momento é de ação internacional. “O Brasil é marcado por uma violência inaceitável no campo e o governo Bolsonaro, eleito com discursos que autorizam e até incentivam essa violência, aprofundou a situação”, disse. “O assassinato de um menino de apenas 09 anos no interior do Pernambuco é a demonstração mais contundente dessa barbárie. Pistoleiros aterrorizaram uma família, tiraram a vida de uma criança e atiraram em seu pai, líder da luta pela terra em seu estado”, afirmou.
Também durante o encontro, parlamentares e sociedade civil receberam de Clément Nyaletsossi Voule, relator especial da ONU sobre o direito à liberdade de reunião e associação pacífica, um relatório sobre a temática.
Seu objetivo no Brasil é de receber informações sobre uso da força durante protestos organizados por movimentos sociais e povos indígenas, campanha política e liberdade de associação antes das eleições, o direito de participação nos assuntos públicos e a situação dos sindicatos e grupos vulneráveis no Brasil no exercício de seu direito à liberdade de associação.
Sâmia Bomfim falou sobre o histórico de perseguição e espionagem do governo Bolsonaro, sobre o debate que está na Câmara sobre a revisão das Cotas Raciais e entregou ao relator um dossiê sobre violência política contra parlamentares do PSOL. Ela relembrou o assassinato de Marielle Franco como emblemático na perseguição de defensoras de direitos humanos, mulheres, negras e pessoas LGBTQIA+ na política.
“A nossa denúncia à ONU tem como objetivo lutar contra a impunidade e chamar a atenção dos órgãos internacionais para que atuem e cobrem posição de um governo que, quando não é omisso, é permissivo com essas barbaridades”, completou.