Sâmia quer que Heleno explique ataques em 7 de setembro para incriminar a esquerda
Líder do PSOL na Câmara, protocolou em nome da Bancada, requerimento de convocação ao ministro-chefe do GSI, general Augusto Heleno, que será replicado nas comissões permanentes.
3 ago 2022, 11:56 Tempo de leitura: 2 minutos, 30 segundosA suspeita de ataques ao 7 de setembro com viés golpista – e o intuito de criar um factoide político para mudar o curso das eleições – foi revelada na coluna de Matheus Leitão nessa terça-feira (2/8). De acordo com a apuração do jornalista, o ato criminoso seria realizado por extremistas de direita para ferir os próprios bolsonaristas, gerar pânico na sociedade e, em seguida, colocar a culpa na esquerda.
“A possibilidade de um auto ataque no 7 de setembro, com fulcro de incriminar a esquerda, aponta para o recrudescimento das formas de ataque à democracia. É fundamental, portanto, que a Câmara dos Deputados tome todas as inciativas cabíveis para esclarecer o caso, sendo urgente que o Sr. Augusto Heleno Ribeiro Pereira compareça ao Plenário desta Câmara dos Deputados, para prestar os devidos esclarecimentos em relação às graves denúncias aqui elencadas”, diz trecho do requerimento.
Como destaca a reportagem, não seria a primeira vez que isso acontece na história do Brasil: em 1981, o atentado do Riocentro foi organizado por setores radicais do Exército e da Polícia Militar do Rio para incriminar grupos de esquerda que faziam oposição à ditadura, regime que, naquela época, amordaçava e sufocava a democracia no país há 17 anos.
“No ano de 1981, a direita começava a perder força e a ditadura, o apoio popular, à medida que a mentira contada em março de 1964 – aquela de que os militares estavam salvando o país do comunismo – ficava cada vez mais inverossímil. Nesse sentido histórico, 2022 se assemelha a 1981: a onda conservadora que levou Jair Bolsonaro ao poder em 2018 se encontra enfraquecida – no agregador de pesquisas do Jornal Estado de São Paulo, o atual Presidente se encontra 14 pontos percentuais atrás do seu principal adversário, o ex-Presidente Lula. Conforme se depreende do teor da reportagem da Veja, trata-se de verdadeiro agravamento do modus operandi articulado pela extrema-direita”, alerta o documento.
A líder da bancada, Sâmia Bomfim, em discurso na tribuna da Câmara após protocolar o requerimento, chamou a atenção para a intenção de movimentos bolsonaristas no dia 7 de setembro: “Essa gente tem o objetivo de incriminar a oposição ao governo Bolsonaro, como já fizeram outrora, no Riocentro, em 1981, quando as forças armadas fizeram movimentos e usaram infiltrados para tentar criminalizar aqueles e aquelas que lutavam contra a ditadura militar. Eles querem utilizar este método desonesto tentar mudar a percepção da população sobre de que lado cada um está na disputa democrática que acontece no Brasil [período eleitoral] e tentar mudar realidade que as pesquisas já apontam quando entregam o resultado de que Bolsonaro deve perder as eleições em outubro. A sociedade brasileira vai dar um recado para esses discursos golpistas e estaremos em mobilização até a saída dos fascistas que hoje estão no poder”, afirmou a deputada.
(Com informações PSOL na Câmara)