Prêmio Marielle Franco é aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo
Proposta de 2018 chegou a ser arquivada, mas voltou à pauta em memória aos cinco anos da morte da vereadora.
4 mar 2023, 21:02 Tempo de leitura: 1 minuto, 54 segundosTexto originalmente publicado pelo Brasil de Fato, em 03/03/2023
A Câmara dos Vereadores da cidade de São Paulo aprovou a criação de um prêmio em memória da vereadora Marielle Franco, que vai reconhecer pessoas atuantes na defesa dos direitos humanos. No próximo dia 14 de março, os assassinatos da parlamentar e do motorista dela, Anderson Gomes, completam cinco anos.
Proposto em 2018, o Projeto de Resolução (PR 03-08/2018) chegou a ser arquivado pela casa. Mas a proximidade da data e o simbolismo da premiação levaram a vereadora Luana Alves (PSOL) a brigar pelo retorno à pauta e pela aprovação do texto.
“É (um prêmio) para homenagear defensores e defensoras de direitos humanos da cidade de São Paulo. Para nós, ter o nome da nossa companheira, que foi brutalmente assassinada por ser uma defensora dos direitos da população pobre, da população periférica, é uma honra muito grande”, afirma Luana Alves.
A vereadora afirma que, mesmo com a criação de mais uma homenagem, a sociedade ainda espera uma resposta sobre o crime.
“Ainda não temos justiça. Os mandantes do assassinato não estão presos, não estão identificados. O caso não está resolvido, mesmo depois de cinco anos do assassinato da Marielle. Fazemos as homenagens, mas seguimos lutando por justiça, porque ainda não tivemos, de fato, a identificação e a punição aos mandantes.”
Luana se tornou coautora do projeto, que foi apresentado originalmente por Sâmia Bomfim (PSOL), agora deputada federal. Bomfim destaca o simbolismo do prêmio e reafirma a importância da busca por justiça pelas mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes.
“A aprovação desse prêmio na Câmara Municipal tem um valor muito simbólico. Em primeiro lugar, para a sociedade, de não deixar cair no esquecimento esse crime tão brutal, que precisa de respostas. Nós queremos justiça por Marielle e por Anderson. Também para honrar o legado de Marielle para que outras e outros defensores de direitos humanos possam ser valorizados e reconhecidos.”
O texto foi aprovado por 41 votos a favor e 5 contra e ainda precisa passar por sanção do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).