Comissão da Mulher aprova moção em solidariedade a Lívia La Gatto e Bruna Volpi, vítimas do “coach do Campari”
Requerimento foi apresentado pela deputada Sâmia após influenciador misógino virar reú por ameaçar e agredir psicologicamente tanto a atriz como a cantora.
31 mar 2023, 23:54 Tempo de leitura: 1 minuto, 57 segundosA Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher decidiu, na última quarta (29), pela aprovação de uma moção de solidariedade à atriz Lívia La Gatto e à cantora Bruna Volpi. O Requerimento 15/2023, apresentado pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), tem o objetivo de prestar o devido apoio da Câmara dos Deputados às vítimas do influenciador Thiago Schutz, conhecido por propagar ideias misóginas e machistas. Uma semana antes, a Justiça de São Paulo acatou denúncia do Ministério Público contra o “coach da Campari”, que agora responde como réu.
O texto do requerimento destaca que manifestações do discurso de ódio contra as mulheres, antes restritas a fóruns ilegais do submundo da internet, agora têm “circulação mais ampla, sendo perpetradas principalmente por homens brancos e das classes A e B”. Um exemplo desse fenômeno é o chamado “movimento red pill”, criado pela extrema-direita dos Estados Unidos, que tem Thiago como um dos principais adeptos no Brasil e ganhou destaque justamente com o episódio de violência cometido por ele contra Lívia e Bruna, em fevereiro.
“Esse caso ganhou repercussão midiática, mas isso acontece diariamente com várias brasileiras. Boa parte desses homens são aliciados a partir de um discurso de ódio e muitos são menores de idade. Se identificam abertamente como uma comunidade que propaga o ódio às mulheres por se sentirem subtraídos ou diminuídos em função da conquista dos nossos direitos, que inclusive precisa avançar cada vez mais, mas colocam como se fosse uma culpa nossa conseguir enfrentar as diferentes formas de violência e machismo”, declarou Sâmia à Comissão.
A deputada acrescentou ainda que o coach só virou réu após muita exposição e sofrimento das vítimas que optaram por trazer a público as ameaças, “mas quantas não conseguem?”. “A maioria das mulheres não sabem nem a quem procurar, em qual órgão denunciar. Então, é também o nosso papel aprimorar cada vez mais a legislação os canais de denúncia para evitar que crimes como esse ocorram e, caso aconteçam, que as vítimas sejam acolhidas e amparadas de fato”, declarou Sâmia.