Sâmia Bomfim e Luana Alves realizam plenária com os servidores municipais de São Paulo
A luta dos trabalhadores contra o descaso do prefeito Ricardo Nunes contra o serviço público continua
19 nov 2021, 14:55 Tempo de leitura: 3 minutos, 41 segundosNo dia 10 de novembro os servidores públicos de São Paulo viveram horas de terror. Diante da votação do 2º turno no projeto da Reforma da Previdência (SampaPrev 2), diversas categorias foram para frente da Câmara Municipal, para tentar barrar o ataque aos trabalhadores.
Foram muitos meses de mobilização contra o Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PLO) 07/2021, enviado ao legislativo local pelo prefeito Ricardo Nunes e na calada da noite do dia 10/11, os vereadores de São Paulo, mesmo em situação de caos completo e protestos fora e dentro da Câmara, aprovaram a reforma que tira direito dos trabalhadores e impacta especialmente a vida dos aposentados e pensionistas.
A Polícia Militar repreendeu os participantes do ato com truculência e violência, fazendo com que as ruas se tornassem um verdadeiro campo de guerra.
Após uma semana após a aprovação da proposta, a deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves, ambas do PSOL, reuniram-se com um grupo de servidores públicos de SP para conversar sobre a possível judicialização do projeto e as alternativas para seguir com a resistência contra os desmandos do prefeito Ricardo Nunes.
Luana Alves iniciou sua fala destacando a importância de que a população de São Paulo não desanime na defesa do serviço público. “Sabemos que o rolo compressor que aconteceu na votação do SampaPrev 2. É um absurdo completo, uma imoralidade o que a população de SP está acompanhando”, disse Luana.
Ela também falou das fragilidades da gestão de Ricardo Nunes e complementou: O prefeito se sustenta na mesma linha política do governo Bolsonaro e eles vão passar, logo mais não estarão mais aí. Mas a defesa do serviço público permanece, por isso, nossa luta é de longo prazo e vamos fazê-la todos os dias”.
Sobre o processo da aprovação do SampaPrev, Luana conta que a votação foi cheia de erros de condução e alertou que a bancada do PSOL na Câmara Municipal está entrando com Ação Declaratória de Inconstitucionalidade para tentar reverter o processo legislativo.
Sâmia parabenizou os servidores municipais pelo enfrentamento radicalizado que eles fazem sempre que necessário e disse que seu mandato entrou com uma representação na Ouvidoria da PM (leia aqui) fazendo a denúncia sobre as agressões aos trabalhadores que participavam da manifestação em frente à Câmara. “Participamos de todos os atos contra a aprovação do SampaPrev 2 e estamos atentos aos desdobramentos de mais este massacre promovido pela prefeitura de São Paulo. Precisamos estreitar os laços e fortalecer a nossa parceria para as próximas lutas”, disse a parlamentar.
Diversos trabalhadores que estavam no ato participaram da plenária e apresentaram questões importantes para organização da luta dos servidores públicos e da classe trabalhadora, em geral.
Nelice Pompeu colocou os canais de comunicação da Corrente Sindical TLS a disposição para mais informações dos servidores públicos e denunciou mais absurdos que os trabalhadores estão sendo submetidos, como as merendeiras que estão trabalhando ser receber trabalho. “Chegamos ao extremo de ter um governo que nem o salário dos trabalhadores está pagando, que está economizando na alimentação escolar dos estudantes, enquanto aumenta os salários dos cargos de primeiro escalão”, desabafou.
O sindicalista Paulo Neves lembrou que a resistência feita pelos trabalhadores foi importante. “Devemos levantar a cabeça, porque os ataques continuam. Vamos trabalhar para iniciar um novo tempo contra os fascistas que estão submetendo os trabalhadores a essas dificuldades”.
Claudia, do MEOB, sugeriu que a organização seja feita nos locais de trabalho dos servidores. “Vamos explicar aos trabalhadores o que a aprovação do SampaPrev significa e falar sobre a judicialização. Agora é hora de estarmos juntos, discutindo essa maracutaia que aconteceu”.
Pedro Serrano, representando a deputada Sâmia Bomfim, falou sobre a atrocidade que foi a votação do SampaPrev 1 e sobre o processo absurdo de votação do Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PLO) 07/2021 (SampaPrev 2). “O problema da previdência em São Paulo pode ser resolvido de outras fontes orçamentárias, sem onerar os trabalhadores. O modus operandi da prefeitura é jogar a bucha para cima dos servidores de uma maneira completamente injusta”, disse Pedro.