O Centro de Acolhida Florescer foi criado em 2015, sendo o primeiro serviço com a proposta de atendimento exclusivo ao público LGBT em todo o Brasil. A casa tem capacidade para acolher apenas 30 pessoas.

Em contraponto, segundo o censo de 2015, realizado pela Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social (SMADS) da Prefeitura de São Paulo, a cidade conta com 15.905 pessoas em situação de rua sendo que entre 5,3% e 8,9% pertencem à comunidade LGBT, ou seja, em torno de 842 e 1415 pessoas, mesmo que esses dados já estejam devassados. Foi a primeira vez que o levantamento incluiu essa informação.

Embora a criação desse equipamento seja um grande avanço no que se refere à política municipal de acolhimento à população LGBT, ainda existem demandas apresentas pelas usuárias que precisam de respostas do poder público municipal, e entre tantas histórias, tantos relatos recheados de muita emoção e força, estas mulheres reivindicam a ampliação desse serviço, pois a demanda ainda é muito maior em relação às vagas ofertadas como aponta o próprio Censo Pop Rua.

Além disso, existe a necessidade da oferta de profissionais especializados como cuidadores, formação/capacitação dos profissionais da rede de saúde para melhor acolhimento do público LGBT, a distribuição de medicamentos (hormônios) pelo SUS, respeito ao nome social em todas as repartições públicas, banheiros públicos, ampliação da rede de acolhimento, vagas no mercado de trabalho formal. Além do risco constante de serem vítimas de violência, elas não contam com o respeito aos seus direitos, independente de siglas, elas exigem serem respeitadas enquanto seres humanos, que todas somos.

Nosso mandato seguirá visitando os centros de acolhida para compreender melhor essa realidade completamente invisibilizada e pleitear a ampliação e a melhoria da qualidade das vagas oferecidas.

O CA Florescer fica na Rua Prates, 1101, no Bom Retiro. O telefone deles é 3228-0502.