Sâmia Bomfim

    Manifestantes do caso CCSP, denunciados pelo MPE, viram réus e têm audiência marcada para setembro

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    Caso que teve ‘Balta’, capitão do exército disfarçado, indicia 18 jovens que agora respondem processo criminal por formação de quadrilha e corrupção de menores

    A denúncia que incrimina os 18 jovens que estavam no Centro Cultural São Paulo, no domingo 04/09/16, para se manifestar contra a corrupção no país, foi aceita pela juíza Cecília Pinheiro da Fonseca. A audiência em que magistrada da 3ª Vara Criminal do Fórum Criminal da Barra Funda (SP), vai ouvir os indiciados e suas testemunhas, está datada para 22 de setembro. Se condenados, os réus podem pegar pena de mais de três anos de reclusão.

    O promotor Fernando Albuquerque Soares de Souza, do Ministério Público Estadual, enviou a denúncia em dezembro do ano passado. Aceito pela juíza, o documento coloca objetos como gaze e vinagre, como possíveis de serem usados para depredar patrimônio público e privado. Além de, segundo a investigação, serem indícios de que seriam usados para ferir policiais e outras pessoas durante a manifestação.

    Em meio aos 22 presos no CCSP, três eram menores de idade e um era um agente disfarçado. O agente William Pina Botelho, que usava o codinome ‘Balta Nunes’, não consta no inquérito feito pelo DEIC, nem na denúncia montada pelo MPE. ‘Balta’ foi o único liberado logo após a detenção e não esteve na audiência de custódia do dia 05/09, junto aos outros. Botelho foi promovido a major após a ação. Os menores não foram intimados a deporem em setembro.

    Botelho é capitão do exército e chegou a ter conversas com mulheres pelo Tinder, a fim de ter acesso facilitado a grupos de manifestantes contra o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef. Dizendo no aplicativo, ser simpatizante da ideologia de Karl Marx e com postura de revolucionário, ele acompanhava de perto os grupos há mais de um ano antes da prisão dos jovens.

    Dos 18 réus, um rapaz, Felipe Paciullo Ribeiro, não estava indo à manifestação, mas sim, usava o local para estudos de seu TCC em jornalismo. A juíza considerou que a denúncia tinha evidências de que Felipe fazia parte do grupo.

    No momento da prisão, na rampa de acesso ao espaço de estudos, Felipe ouviu dos policiais, cerca de 30 PMs, que ele fazia parte do grupo. “Mesmo apresentando meu material de estudos e com o resto das pessoas presas falando que não me conheciam, eles insinuaram o tempo todo que eu estava junto ao grupo. Um policial me perguntou onde eu morava. Quando eu disse meu endereço, ele me encarou e falou que morava perto de mim. Fiquei quieto.”, conta o rapaz que ainda assim conseguiu concluir seu curso.

    Felipe disse que carregava água, um caderno e blusas na sua mochila e que teve seu celular, com as fotos dos livros para a pesquisa de seu trabalho, confiscado pela polícia. Além da versão do jovem, outra pessoa do grupo detido diz como o caso aconteceu. Janaína Roque, fotógrafa, conta que estava indo para a manifestação e que achava que iria ocorrer tudo bem, como a Constituição Federal garante se manifestar.

    “Eu tinha ido à apenas uma manifestação e via muitos relatos de violência pela TV, então resolvi tomar duas iniciativas. Uma foi ver em um grupo do Facebook sobre a manifestação, se outras meninas também iriam sozinhas, então colocávamos uma publicação e outras comentavam. A outra atitude que tomei foi a de levar comigo um kit de primeiros socorros para que eu pudesse me ajudar ou ajudar qualquer outra pessoa que fosse ferida naquela manifestação. Com menos de cinco minutos que eu havia chegado ao Centro Cultural e ainda me apresentava para as pessoas, fomos abordados pela PM e em seguida presos.”

    Janaína afirmou que após a prisão, foi demitida de dois empregos e sente medo de ter sua vida monitorada, além de já ter passado noites em claro. O caso segue sob segredo da Justiça e segue com audiência marcada para às 14h30 de sexta-feira (22/09/17) no Fórum Criminal da Barra Funda.

    Conheça a deputada
    Sâmia Bomfim

    Sâmia Bomfim tem 30 anos, foi vereadora de São Paulo e, atualmente, é deputada federal pelo PSOL. Elegeu-se com 250 mil votos, sendo a mais votada do partido e a oitava mais votada de todo o estado de São Paulo. Seu mandato jovem, feminista e antifascista levanta bandeiras que a maioria dos políticos não tem coragem de levantar. Ela é linha de frente no enfrentamento do conservadorismo e na oposição aos desmandos do governo Bolsonaro, defendendo sempre a maioria do povo.

    Nossas bandeiras
    na Câmara Federal

    • Lutar pelo impeachment de Bolsonaro.
    • Lutar para ampliar e garantir os direitos das mulheres.
    • Defender as vidas, os empregos e os direitos das brasileiras e dos brasileiros diante da pandemia de Covid-19.

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