Sâmia Bomfim

    O que é, afinal de contas, o MBL?

    O MBL tem também um histórico preocupante e violento de sabotagem e violência nos movimentos sociais.

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    O Movimento Brasil Livre passou a atuar de forma pública, organizada e ofensiva a partir dos protestos a favor do impeachment da ex presidenta Dilma Rousseff, em 2015. Com discurso apartidário, independente e contra a corrupção, jovens (e alguns nem tão jovens assim) ligados a setores conservadores e neoliberais do Brasil, cujas lideranças são, segundo o professor Pablo Ortellado, da USP, em sua última coluna para a Folha de São Paulo, vindas do movimento estudantil e da campanha do caricato Paulo Batista, do "raio privatizador".

    O discurso do MBL durante as manifestações de 2015 e 2016, insufladas pela mídia, questionava a corrupção e o loteamento político dos governos. Desde que se jogaram nas disputas eleitorais de 2016, por partidos historicamente envolvidos em esquemas de corrupção, como DEM e PSDB, as lideranças desses movimentos demonstram que as suas práticas não são nada inovadoras, são novos rostos com as mesmas práticas que dizem condenar. Conforme evidenciado por reportagem de Felipe Bachtold para a Folha, líderes do MBL vem ganhando cargos comissionados em grandes cidades do país. A reportagem identificou lideranças do movimento nomeadas em cargos em Florianópolis, Porto Alegre, Goiânia, Caxias do Sul e São José dos Campos. Além deles, o aprendiz de Dória e Prefeito Regional de Pinheiros, em São Paulo, Paulo Mathias, também é notoriamente uma liderança do Movimento Brasil Livre. Também ganhou emprego na Prefeitura um membro do movimento na capital paulista, após limpar muro do prefeito João Doria Jr.

    Para compreender melhor as intenções do MBL na política do nosso país, devemos começar pelo seu financiamento. Segundo o The Intercept Brasil, líderes do Movimento Brasil Livre são financiados por uma organização internacional chamada Atlas Economic Research Foundation - Atlas Network. A Atlas, uma rede de empresários de grande poder econômico, financia de maneira pública, lideranças e projetos liberais em pelo menos três continentes, inclusive na América Latina. Em 2016, ainda segundo The Intercept, confessaram ter gasto pelo menos U$5 milhões com seus parceiros em mais de 450 "think tanks" ao redor do mundo. Com o advento da crise econômica e política que atingiram nossos países, a Atlas Network passou a atuar para capacitar e dar visibilidade, além de financiamento, para lideranças locais que impulsionassem suas agendas privatistas e liberais, "soluções privadas aos problemas públicos".

    Além dessa fonte de renda, diversas reportagens divulgaram nos últimos meses áudios que comprovam que os partidos políticos PMDB, DEM, Solidariedade e PSDB também financiaram as movimentações e a estrutura das manifestações "independentes" que o MBL e outros movimentos cooptados, como o Vem Pra Rua, são colaterais de partidos políticos envolvidos em corrupção que visam retirar direitos sociais, incentivar privatizações e o desmonte de conquistas históricas, defensores das Reformas da Previdência e Trabalhista, por exemplo.

    Além de ajudarem a impulsionar quadros neoliberais e nada comprometidos com a população e seus direitos, como João Doria e Marchezan, prefeitos de São Paulo e Porto Alegre, o Movimento Brasil Livre também foi um defensor incansável de Eduardo Cunha, gângster, ex-deputado e ex presidente da Câmara dos Deputados, hoje preso por corrupção e traído por seus parceiros de golpe.

    Além de sua nefasta participação na política institucional, seja apoiando quadros da direita no executivo, seja com representação pura, como a do vereador Fernando Holiday, jovem, gay, negro, contra cotas, contra a militância LGBT, contra o passe livre para estudantes de cursinho e a favor do encarceramento de jovens de periferia com a Redução da Maioridade Penal, o MBL tem também um histórico preocupante e violento de sabotagem e violência nos movimentos sociais.

    - Nas Escolas Ocupadas do Paraná e de todo Brasil, mais de mil escolas e universidades contra a PEC 55, que congelou os investimentos públicos em educação, saúde e outros direitos por 20 anos: https://goo.gl/z6VQ6M

    - Contra a Exposição Queermuseu em Porto Alegre: https://goo.gl/LU664A

    - Tentando censurar professores em Escolas Municipais de São Paulo: https://goo.gl/HUzfQ7

    - Pregando a xenofobia contra palestinos e imigrantes em São Paulo: https://goo.gl/YohzeC

    - Quando espalharam artes com o meu número de celular e o da Isa Penna, para que fossemos convencidas, com xingamentos e ameaças, a apoiar o Projeto aberração "Escola Sem Partido": https://goo.gl/e8P9ea

    Conheça a deputada
    Sâmia Bomfim

    Sâmia Bomfim tem 30 anos, foi vereadora de São Paulo e, atualmente, é deputada federal pelo PSOL. Elegeu-se com 250 mil votos, sendo a mais votada do partido e a oitava mais votada de todo o estado de São Paulo. Seu mandato jovem, feminista e antifascista levanta bandeiras que a maioria dos políticos não tem coragem de levantar. Ela é linha de frente no enfrentamento do conservadorismo e na oposição aos desmandos do governo Bolsonaro, defendendo sempre a maioria do povo.

    Nossas bandeiras
    na Câmara Federal

    • Lutar pelo impeachment de Bolsonaro.
    • Lutar para ampliar e garantir os direitos das mulheres.
    • Defender as vidas, os empregos e os direitos das brasileiras e dos brasileiros diante da pandemia de Covid-19.

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