Minhas primeiras impressões na Câmara
Após meu primeiro dia de trabalho, comentei sobre muitas coisas que aconteceram em um dia muito intenso.
Após meu primeiro dia de trabalho, compartilho neste vídeo algumas coisas que aconteceram em um dia muito intenso. A posse dos vereadores na Câmara Municipal, a disputa pela Presidência da Câmara, minhas impressões sobre o Palácio Anchieta e toda a construção do nosso mandato ativista e as novas ferramentas que usaremos para nos comunicar.
No primeiro dia do ano, tivemos na Câmara a Cerimônia de Posse da legislatura eleita em 2016. No meu juramento fiz questão de ressaltar para que veio o nosso mandato, "pela vida das mulheres e pelo povo trabalhador".
Foi bastante simbólico poder entrar no Palácio Anchieta pela porta da frente, relembrando o dia que fui expulsa à força por guardas da GCM. Foi também um momento de bastante apreensão pelo que vou ter que encarar nos próximos 4 anos. A composição da Câmara é bastante assustadora, são pouquíssimas mulheres, pouquíssimos representantes de fato do povo e trabalhadores. A maioria dos parlamentares são grandes empresários, pessoas que estão lá há muitos mandatos. E eu sou uma mulher, sou jovem, servidora pública, sou do PSOL, de esquerda, feminista, não fui eleita na mesma lógica que todos eles. Será um desafio estar em um espaço com vários homens vestidos com terno e gravata, absolutamente formais, que representam a elite da nossa cidade e estão cada vez mais distantes do povo! Mas, ao mesmo tempo, sinto-me fortalecida em saber que não estarei sozinha nessa jornada, pois conto com o poder de mobilização de cada trabalhadora e trabalhador, da juventude e dos movimentos sociais.
A nossa candidatura para a presidência da Câmara foi feminista, jovem e colocou como principal tema o aumento dos salários dos vereadores. Nós consideramos um absurdo esse aumento e completamente deslocado da realidade da maioria do povo. Esse gesto de aumentar o próprio salário em um momento que os governantes pedem calma e paciência para a população diz muito sobre o significado da Câmara de Vereadores e da postura de muitos por aqui, pois pedem uma coisa para o povo mas fazem outra completamente diferente para si mesmos.
No que diz respeito à votação para Presidência, vimos um grande acordo entre PT, DEM, PSDB e todos os partidos que tem representantes, então a bancada do PT fechou toda com Milton Leite, o candidato do governo, mostrando que na verdade a oposição lá dentro vai ser muito menor do que se imaginava. Apenas eu, Toninho Vespoli (PSOL) e Juliana Cardoso (vereadora do PT, que se absteve) não entramos nesse jogo. O vereador Mario Covas (PSDB) também não votou em Milton Leite.
Enfim, os próximos dias servirão para organizar e planejar o mandato e as milhares de iniciativas que queremos fazer. Algumas coisas que indicamos na campanha já estão em andamento, por exemplo, o aplicativo, para que todo mundo possa ser um assessor-ativista. Vamos tentar fazer um mandato mais aberto e participativo possível!