A deputada Sâmia Bomfim, integrante da Comissão de Ciência e Tecnologia, realizou uma audiência pública para discutir a situação do CNPq e a ameaça de paralisação da pesquisa científica do Brasil por falta de verbas. O evento ocorreu nesta quarta-feira, 28, em Brasília.

O desmonte da ciência está em curso no país. No começo de agosto, o CNPQ divulgou uma nota para informar a “suspensão de indicação de bolsistas, uma vez que recebemos indicações que não haverá a recomposição integral do orçamento de 2019”. Ao todo, mais de 84 mil pesquisadores financiados pelo órgão serão afetados.

“É constrangedor e revoltante que a gente esteja nessa audiência para discutir a possibilidade de interrupção de bolsas e de pesquisas, em vez de discutir como avançar e desenvolver essas pesquisas. É importante lembrar que a pesquisa científica, ao contrário do que os terraplanistas acreditam, demanda muito esforço, dedicação e inteligência”, destacou Sâmia.

“Não querem que se faça pesquisa no país”, declarou o presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ildeu de Castro Moreira, em entrevista à Rede Brasil Atual. Na avaliação de Moreira, “se você desmonta a principal agência que apoia os pesquisadores, a mensagem que passa é que não vale a pena ou não se tem interesse em desenvolver a ciência no país”.

O evento contou com a presença de outro parlamentares que integram a Comissão de Ciência e Tecnologia, representantes do setor, como João Luiz Filgueiras de Azevedo, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC); o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (Mctic), Julio Semeghini; e outros representantes do governo.

A equipe da deputada Sâmia estendeu o convite para audiência aos representantes do Ministério da Economia, mas eles nem responderam ao convite.