Sâmia Bomfim

    50 anos do Metrô de São Paulo – em defesa do patrimônio público

    Vamos comemorar os 50 anos com o que sempre fizemos de melhor: trabalhando com presteza, defendendo o transporte público e nossos direitos.

    Por Ana Cláudia Borguin, diretora do Sindicato de Metroviários de SP, membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-CONLUTAS e militante do MOVER. Publicado originalmente na Revista Movimento.


    O Metrô de SP completa 50 anos hoje. Uma idade simbólica, porém curta pro impacto que este serviço tem na cidade de São Paulo: o Metrô de SP foi muitas vezes indicado como um dos melhores serviços públicos do Estado e hoje transporta milhões de usuários.

    Mas em meio ao orgulho de ser funcionária desta companhia, esta data não deixa de acontecer no momento mais contraditório de sua história. O processo de privatização e terceirização se acelera cada dia mais – a Linha 5 Lilás passou por leilão em Janeiro e parte das bilheterias já operam hoje com terceiros.

    Uma mácula triste em uma grande história. Mais do que apenas prover transporte veloz, o Metrô se destacou por sua excelência em atendimento a população, retrato este que tem se modificado dia após dia com a precarização de nossos postos de trabalho. Somos hoje um quadro de funcionários reduzido, que não consegue cumprir suas metas de atendimento humanizado e de qualidade.

    Para quem não sabe, não é apenas vender bilhete e dirigir trem as funções dos metroviários. O serviço humano sempre foi um diferencial. Exemplos não faltam. O metrô é considerado o segundo lugar mais seguro para se ter uma parada cardiorrespiratória (ficando atrás apenas de hospitais) – tem todo seu quadro operacional treinado em RCP e desfribilador automático. Também temos treinamento de atendimento à Pessoa com Deficiência – fazendo com que a locomoção desta camada da população aconteça com mais segurança. Nossos conhecimentos em Primeiros Socorros já salvaram muitas vidas e a disposição de ouvir e atender já confortaram muitos usuários em momentos realmente difíceis.

    Todo esse serviço, mesmo com falhas, é o verdadeiro legado da Cia. Do Metropolitano e a responsabilidade disto é da categoria Metroviária. Mesmo com a desvalorização de seu trabalho, com as agressões constantes em estações, com as tentativas de retirada de direitos e a perseguição cada vez mais constante por parte da chefia, é a categoria Metroviária aquela que mais compreende prestar um serviço como qualidade e segurança.

    Mas apesar deste cenário de desmonte – semelhante a que outros serviços públicos do Estado passaram visando a privatização – é importante ressaltar a combatividade em defende o Metrô. Os Metroviários de São Paulo sempre se destacaram pelo papel de vanguarda nas lutas da classe trabalhadora. Puxaram a greve geral de 2017 e este ano obtiveram uma vitória histórica com a reintegração dos companheiros demitidos na greve de 2014.

    É desta forma que devemos comemorar este dia – não com a falsidade de um Governo que se diz orgulhoso, mas que só retirar diretos, piora o serviço, aumenta o preço da passagem e quer vender o serviço público. Vamos comemorar os 50 anos com o que sempre fizemos de melhor: trabalhando com presteza, defendendo o transporte público e nossos direitos!

    Conheça a deputada
    Sâmia Bomfim

    Sâmia Bomfim tem 30 anos, foi vereadora de São Paulo e, atualmente, é deputada federal pelo PSOL. Elegeu-se com 250 mil votos, sendo a mais votada do partido e a oitava mais votada de todo o estado de São Paulo. Seu mandato jovem, feminista e antifascista levanta bandeiras que a maioria dos políticos não tem coragem de levantar. Ela é linha de frente no enfrentamento do conservadorismo e na oposição aos desmandos do governo Bolsonaro, defendendo sempre a maioria do povo.

    Nossas bandeiras
    na Câmara Federal

    • Lutar pelo impeachment de Bolsonaro.
    • Lutar para ampliar e garantir os direitos das mulheres.
    • Defender as vidas, os empregos e os direitos das brasileiras e dos brasileiros diante da pandemia de Covid-19.

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