Sâmia Bomfim

    Lute como uma palestina, lute como Ahed Tamimi

    Liberdade para Ahed Tamimi e para todas as crianças palestinas!

    A contestação às forças de ocupação israelense na Cisjordânia renova-se a cada dia. E no momento o rosto simbólico desta rebeldia incessante possui nome e sobrenome: Ahed Tamimi. Nascida em 2001 da união entre dois destacados ativistas (Bassem e Ariman al-Tamimi), a jovem palestina dorme há mais de quarenta dias numa prisão militar acusada de agredir soldados israelenses.

    Seu mais recente pesadelo começou em 17 de dezembro, quando diversas cidades palestinas levantaram-se contra a provocação de Donald Trump em reconhecer Jerusalém como capital de Israel. Um primo de 15 anos de Ahed entrou em coma após ser alvejado pelas tropas invasoras do povoado de Nabi Saleh. Este motivo foi mais do que suficiente para justificar a ira de Ahed que desde os oito anos vêm participando e protagonizando os protestos pela autodeterminação palestina em sua região, constantemente assediada pelo belicismo de Israel. A garota reuniu toda a coragem feminista de nossos tempos e confrontou abertamente com os próprios punhos as armas e capacetes sionistas. Seu “desacato” à tirania poderá ser castigado com uma pena de 10 anos de reclusão em julgamento marcado para 6 de fevereiro.

    Trata-se de outro flagrante desrespeito do regime de Tel Aviv à Convenção da ONU para os Direitos das Crianças. Além dos milhares de mortos e feridos, desde 2000, cerca de 10 000 crianças palestinas foram vítimas da sanha persecutória de Israel e já passaram pelo menos uma noite atrás das grades. Estima-se que cerca de 350 menores palestinos estão nas cadeias por desobediência civil. Em boa parte dos casos, as crianças enclausuradas são submetidas a cortes militares e, uma vez condenadas, engrossam o contingente de 6000 prisioneiros políticos sob a tutela de Israel.

    Contudo, se o objetivo de Israel era alimentar o medo dos colonizados e dissuadir a juventude palestina de encararem as últimas consequências na luta pela liberdade de seu povo, o tiro parece ter saído pela culatra. A injustiça e a soberba do colonialismo de Israel – apoiadas por Donald Trump na contramão dos apelos internacionais por maiores concessões para as demandas palestinas - estão como nunca antes escancaradas no noticiário mundial. O exemplo de destemor e tenacidade dado por Ahed Tamimi desencadeou uma onda de solidariedade que vem ajudando a galvanizar as iniciativas em defesa da soberania dos territórios palestinos. Não apenas nos territórios ocupados, centenas de concidadãos de Tamimi foram às ruas pedir sua absolvição. Da Inglaterra a Cingapura, da África do Sul ao Brasil, do Marrocos aos EUA, organizam-se manifestações exigindo a soltura imediata de Ahed Tamimi e de todos os perseguidos por Israel.

    Ahed Tamimi, conforme manifesto divulgado pelos seus pais, afirma com toda a razão não querer ser vista como uma vítima passiva e fotogênica do domínio israelense, mas sim como alguém que escolheu travar uma das lutas mais justas da contemporaneidade e pagar o doloroso preço do combate. Esta convicção da justeza da causa palestina e a consciência de que somente os povos mobilizados fazem a História são a força que libertará a Palestina. E não resta dúvidas de que as milhares de Aheds existentes pelo mundo (e que se multiplicarão ainda mais nos próximos anos) estarão na linha de frente para impedir que os colonialistas continuem a levantar o dedo para a Palestina. Por isso, desde o Brasil, Ahed Tamimi e sua causa podem contar com nossa entusiasmada e proativa solidariedade.

    Liberdade para Ahed Tamimi e para todas as crianças palestinas!

    Conheça a deputada
    Sâmia Bomfim

    Sâmia Bomfim tem 30 anos, foi vereadora de São Paulo e, atualmente, é deputada federal pelo PSOL. Elegeu-se com 250 mil votos, sendo a mais votada do partido e a oitava mais votada de todo o estado de São Paulo. Seu mandato jovem, feminista e antifascista levanta bandeiras que a maioria dos políticos não tem coragem de levantar. Ela é linha de frente no enfrentamento do conservadorismo e na oposição aos desmandos do governo Bolsonaro, defendendo sempre a maioria do povo.

    Nossas bandeiras
    na Câmara Federal

    • Lutar pelo impeachment de Bolsonaro.
    • Lutar para ampliar e garantir os direitos das mulheres.
    • Defender as vidas, os empregos e os direitos das brasileiras e dos brasileiros diante da pandemia de Covid-19.

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